Agente da PF admite plano para prender e matar Moraes, Lula e Alckmin

Em áudios revelados pela PF, Wladimir Soares detalha conspiração golpista que mirava ministros e líderes políticos após as eleições de 2022

Por Plox

15/05/2025 18h00 - Atualizado há 1 dia

Novos áudios divulgados nesta quinta-feira (15) pela Polícia Federal escancararam a gravidade de um plano golpista que vinha sendo articulado desde o fim das eleições de 2022. Os registros mostram o agente federal Wladimir Soares falando abertamente sobre sua disposição de prender e matar autoridades brasileiras, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.


Imagem Foto: STF


A investigação, conduzida pela operação Contragolpe, da própria PF, localizou os áudios no celular de Soares. Ele foi preso em novembro de 2023, apontado como uma das peças-chave de uma conspiração armada contra a democracia. Nos áudios enviados ao Supremo Tribunal Federal e revelados pelo portal G1, Soares fala sem qualquer filtro sobre os planos violentos.


“Não ia estar nem aí. A gente ia com muita vontade, empurrar meio mundo de gente, pô, matar meio mundo de gente”, diz ele, numa gravação que revela o nível de radicalização e violência pretendida.



Um dos alvos centrais da trama era o ministro Alexandre de Moraes. Em um dos trechos mais chocantes dos áudios, Wladimir expressa sua indignação com a decisão de Moraes de impedir, ainda em 2020, a nomeação de Alexandre Ramagem para a chefia da Polícia Federal, nome escolhido pelo então presidente Jair Bolsonaro.


\"O Alexandre de Moraes realmente tinha que ter tido a cabeça cortada quando ele impediu o presidente de colocar um diretor da Polícia Federal, o Ramagem\", disse Soares.

O relatório da Polícia Federal descreve um plano detalhado. Quatro militares também foram presos por envolvimento na mesma conspiração. De acordo com os investigadores, havia intenção de montar uma ação coordenada em frente à casa do ministro Moraes, em Brasília. Os militares estariam posicionados e aguardando o momento certo para executar o que chamavam de ação de \"neutralização\".



As gravações também apontam o envolvimento de outros agentes da corporação. Um delegado, cujo nome não foi divulgado, teria se referido ao plano com entusiasmo, chegando a comentar: “Grande Wladimir! Estaremos eu e você na equipe para prender e matar opositores”.


O caso segue sob relatoria do próprio ministro Alexandre de Moraes no STF, e representa um dos episódios mais graves já revelados sobre ameaças reais à estabilidade democrática do Brasil. A investigação ainda está em curso e pode resultar em novos desdobramentos nos próximos dias.



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