Carla Zambelli contesta condenação e diz que não suportaria prisão
Deputada foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão e à perda do mandato após caso com hacker Walter Delgatti
Por Plox
15/05/2025 18h16 - Atualizado há 2 dias
A deputada federal Carla Zambelli, do Partido Liberal (PL), declarou nesta quinta-feira (15) que pretende recorrer da sentença proferida pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, que a condenou a dez anos de prisão e decretou a perda de seu mandato parlamentar.

A decisão está ligada ao caso de invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça, no qual o hacker Walter Delgatti também foi condenado. Com o veredito, Zambelli se torna inelegível e fica impedida de disputar cargos eletivos nos próximos anos.
Durante uma coletiva de imprensa ao lado de seu advogado, Daniel Bialski, Zambelli questionou os fundamentos da condenação e relatou sua preocupação com a possibilidade de cumprir pena em regime fechado. Segundo a deputada, laudos médicos estão sendo reunidos para provar que ela não suportaria o encarceramento.
'Eu estou pegando vários relatórios dos meus médicos e eles são unânimes em dizer que eu não sobreviveria na cadeia', afirmou Zambelli.
O advogado Daniel Bialski sustentou que não há provas diretas da participação de sua cliente no crime cibernético. Ele classificou os argumentos utilizados pelo ministro Alexandre de Moraes como frágeis, alegando que Zambelli possuía porte federal de arma e que não existe evidência concreta que comprove o envolvimento dela na invasão ao CNJ.
'A tese do porte legal é fraca, porque eu tinha porte federal. A tese da invasão ao CNJ é fraca, porque não tem prova', argumentou Bialski, que também criticou o julgamento ter ocorrido de forma virtual, sem possibilidade de sustentação oral no plenário do Supremo.
Ao ser questionada sobre apoio político, Zambelli negou ter se sentido isolada. Segundo ela, já recebeu mais de 200 manifestações de solidariedade, incluindo da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, o próprio Bolsonaro não teria se pronunciado diretamente até o momento.
A defesa da deputada agora concentra esforços nos recursos que pretende apresentar nos próximos dias, enquanto o caso continua gerando ampla repercussão nos meios políticos e jurídicos do país.