Clarão no céu de Ipatinga e região foi causado por resto de foguete da SpaceX

Fenômeno visto em várias regiões de Minas foi provocado por estágio de foguete lançado há 11 anos

Por Plox

15/05/2025 14h50 - Atualizado há 1 dia

Na noite da última quarta-feira (14), um clarão cortou os céus de diversas cidades dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce, em Minas Gerais, deixando moradores intrigados. O fenômeno, descrito por testemunhas como uma “bola de fogo”, foi registrado em vídeos que rapidamente viralizaram nas redes sociais.


Já nesta quinta-feira (15), a BRAMON — Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros — divulgou que o fenômeno foi provocado pela reentrada do segundo estágio de um foguete Falcon 9, lançado pela SpaceX em 5 de agosto de 2014, ou seja, há 11 anos.


Imagem Foto: Reprodução/Redes Sociais


As imagens capturadas em diferentes pontos do estado mostraram um rastro luminoso cruzando o céu de forma intensa. Entre as cidades que relataram o fenômeno estão Ipatinga, Inhapim, Jequitinhonha, Montes Claros, Capelinha, Araçuaí, Bocaiúva, Santa Maria do Suaçuí, Almenara, Janaúba, Pedra Azul, Lontra, Palmópolis, Rubim, Ponto dos Volantes e Turmalina.


Em Jequitinhonha, além da visão do objeto, moradores relataram ter ouvido um estrondo. De acordo com Marcelo Zurita, diretor técnico da BRAMON, isso indica que a reentrada foi percebida a uma altitude mais baixa na fase final do trajeto: “Provavelmente, quem escutou esse barulho estava próximo da região final da trajetória final desse objeto”, explicou.


Imagem Foto: Reprodução/Redes Sociais


A entidade informou que teve acesso a vários vídeos e, a partir das análises, identificou o objeto como sendo o corpo do foguete Falcon 9 da SpaceX. Os cálculos foram confirmados por especialistas internacionais como Jonathan McDowell, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, e Joseph Rémy, astrofísico e cientista de dados.


O Falcon 9 passou anos em órbita e, como outros objetos espaciais, acabou reentrando na atmosfera terrestre. Apesar do impacto visual, não houve risco à população. “Provavelmente, se houveram destroços desse objeto, caíram no mar. Geralmente, partes mais resistentes sobrevivem à reentrada, mas não oferecem risco em solo”, destacou Zurita.


Imagem Foto: Reprodução/Redes Sociais


O fenômeno reacende o debate sobre o lixo espacial. Com o aumento do número de lançamentos, eventos como este se tornam cada vez mais comuns. Segundo a BRAMON, já são mais de 7.500 satélites da Starlink em órbita, e muitos deles devem reentrar na atmosfera nos próximos anos. “Estamos vendo uma quantidade muito grande de reentradas de satélites e foguetes, e isso tende a crescer”, alertou Zurita.

Embora não ofereça perigo direto, a presença constante de objetos espaciais em reentrada reforça a necessidade de monitoramento constante e de políticas para controle do lixo espacial, que se torna uma preocupação crescente à medida que a exploração espacial avança.


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