Deputado quer proibir atendimento a bonecas reborn em serviços públicos de MG
Projeto de Cristiano Caporezzo propõe multas e veto ao uso do sistema de saúde por quem simula cuidados com bonecas realistas
Por Plox
15/05/2025 17h10 - Atualizado há 1 dia
O deputado estadual Cristiano Caporezzo, do PL de Minas Gerais, apresentou no dia 13 de maio um projeto de lei que pretende proibir atendimentos a bonecas do tipo 'reborn' em unidades públicas de saúde e outros serviços públicos do estado. As bonecas, conhecidas por sua semelhança impressionante com bebês reais, são foco da proposta que gerou debates e repercussões intensas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Identificado como Projeto de Lei nº 3.757/2025, o texto apresentado por Caporezzo estabelece sanções para quem tentar acessar os serviços públicos com bonecas ou objetos inanimados como se fossem seres humanos. O parlamentar argumenta que essa prática compromete tanto a segurança da população quanto a eficiência dos serviços, além de representar, segundo ele, um reflexo do que classifica como “comportamento desvirtuado” da sociedade atual.
O projeto prevê a aplicação de multas que podem chegar a até dez vezes o valor do serviço utilizado de forma indevida. De acordo com o texto, os valores arrecadados com essas penalidades devem ser destinados a ações voltadas ao tratamento de transtornos mentais.
Caporezzo sustenta que episódios envolvendo pedidos de atendimento médico emergencial para bonecas reborn já teriam ocorrido em hospitais e que tais situações consomem tempo e recursos que deveriam estar disponíveis para pacientes reais.
“Práticas desse tipo representam um uso indevido dos serviços públicos e desviam recursos que deveriam ser destinados a quem realmente precisa de assistência”
, afirma a justificativa.
O deputado ainda menciona casos em que profissionais do Direito teriam sido acionados para discutir tutela ou até mesmo herança envolvendo essas bonecas, o que ele classifica como um “desvirtuamento do Direito Civil”. Em sua explanação, ele amplia a crítica para outros fenômenos sociais contemporâneos.
“Em uma sociedade que acredita não apenas que o gênero é algo fluido, mas que a própria natureza do ser pode ser transmutada, por exemplo, como se um homem pudesse se transformar em um cachorro e ser tratado como tal sem que antes vá para um hospício, infelizmente, mais uma vez, a proibição de atendimento desse tipo de brinquedo de madame torna-se um verdadeiro atestado do quanto a sociedade está perdida em seus próprios delírios”
, afirma o texto do projeto.
Procurada pelo jornal Estado de Minas, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que não há qualquer registro de atendimentos médicos a bonecas reborn em suas unidades de saúde. Já a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) optou por não comentar o assunto até o momento.
A proposta ainda será analisada pelas comissões temáticas da ALMG antes de seguir para votação no plenário.