Presidente dos Correios aumenta salário em meio à crise

Enquanto empresa afunda em déficit bilionário, Fabiano Silva dos Santos concede reajuste próprio de 14%

Por Plox

15/05/2025 17h07 - Atualizado há 1 dia

A situação financeira dos Correios vem se deteriorando de forma alarmante, mas essa realidade não impediu que Fabiano Silva dos Santos, presidente da estatal, promovesse um aumento expressivo em seu próprio salário.


Imagem Foto: Presidência


Desde que assumiu o cargo, o chefe da empresa elevou seus vencimentos em 14%, passando de R$ 46,7 mil, em março de 2023, para R$ 53,3 mil em abril de 2024. No mesmo período, os demais funcionários receberam um reajuste bastante inferior, de pouco mais de 4%, segundo informações do portal Metrópoles.



O aumento salarial ocorreu justamente em meio ao pior momento financeiro dos Correios em anos. Em 2024, a estatal registrou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões — quatro vezes maior que o rombo de 2023, que foi de R$ 597 milhões. Esse resultado representa o primeiro déficit bilionário da empresa desde 2016.



Os benefícios recebidos pela presidência e pela diretoria também passaram por reajustes. O auxílio-moradia subiu de R$ 4,3 mil para R$ 4,7 mil, enquanto o auxílio-alimentação foi de R$ 699 para R$ 1.036. Já a previdência complementar aumentou de R$ 7,6 mil para R$ 7,9 mil.



Além do presidente, os diretores da estatal também foram contemplados com aumentos. Seus salários passaram de R$ 40,6 mil para R$ 46,3 mil entre o início da atual gestão e o ano de 2024. Esses valores não incluem os benefícios, que também foram elevados.



No governo de Jair Bolsonaro, os Correios mantinham superávit. Já na gestão de Fabiano Santos, indicada pelo presidente Lula (PT), a estatal mergulhou em uma crise financeira profunda

. Para tentar minimizar o impacto contábil da atual administração, foi realizada uma manobra fiscal: despesas da nova gestão foram registradas como se tivessem sido feitas em 2022, segundo apontamentos da imprensa.


A situação se agravou ainda mais após a revelação de que os Correios tomaram um empréstimo de R$ 550 milhões em 2024 e bancaram R$ 4 milhões da turnê de Gilberto Gil. Além disso, a chamada 'taxa das blusinhas' provocou prejuízos estimados em R$ 2,2 bilhões à estatal. Há, inclusive, um pedido de CPI dos Correios em tramitação no Senado.


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