STF condena Carla Zambelli a 10 anos de prisão por invasão ao CNJ
Deputada e hacker Walter Delgatti foram responsabilizados por ações que violaram sistemas judiciais e inseriram documentos falsos
Por Plox
15/05/2025 07h08 - Atualizado há 3 meses
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, nesta quarta-feira (14), pela condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti por crimes ligados à invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A decisão, unânime entre os ministros, foi concluída após o voto do ministro Luiz Fux, que acompanhou o entendimento do relator Alexandre de Moraes. Também votaram pela condenação os ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino.
Segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), os crimes ocorreram entre agosto de 2022 e janeiro de 2023. Nesse período, os acusados teriam promovido 13 invasões a sistemas do CNJ. Em um dos episódios, foram inseridos dados falsos como uma falsa ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, além de pedidos de quebra de sigilo bancário e bloqueio de bens.
De acordo com Moraes, Zambelli teve participação ativa e consciente na ação. Ele destacou que a parlamentar \"demonstrou pleno conhecimento da ilicitude de suas condutas, agindo de modo premeditado, organizado e consciente, na busca de atingir instituições basilares do Estado Democrático de Direito, em especial o Poder Judiciário\".
A invasão dos sistemas judiciários, a inserção de documentos falsos e a divulgação desses eventos na mídia constituem parte de uma estratégia mais ampla de desestabilização institucional, cujo ápice se materializou nos eventos de 8 de janeiro
, completou o relator.
Carla Zambelli foi condenada a cumprir 10 anos de prisão em regime fechado, enquanto Walter Delgatti recebeu pena de 8 anos. Ambos também foram sentenciados a pagar, de forma solidária, uma indenização no valor de R$ 2 milhões. A decisão ainda inclui a perda do mandato parlamentar de Zambelli, embora ela ainda possa recorrer ao Supremo Tribunal Federal.
A parlamentar havia tentado suspender o julgamento, mas teve seu pedido negado por Moraes. Em manifestações recentes, Zambelli declarou estar inconformada com o processo e o desfecho judicial.