Sumiço da Cracolândia é celebrado por Nunes, mas denúncias de violência surgem

Prefeito de São Paulo chama desaparecimento do ponto de uso de drogas de 'vitória', enquanto ONG relata agressões da GCM contra usuários

Por Plox

15/05/2025 08h23 - Atualizado há cerca de 23 horas

O cenário que durante anos marcou o Centro de São Paulo com cenas explícitas de uso de drogas sofreu uma mudança repentina. O prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), declarou nesta quarta-feira (12) que o sumiço da Cracolândia representa um avanço significativo da gestão municipal e afirmou que esse progresso merece ser comemorado.


Imagem Foto: Rede Social


Na véspera, Nunes havia declarado que ficou surpreso com o desaparecimento repentino da concentração de usuários, mas agora aponta a mudança como uma conquista da cidade. Segundo ele, essa redução foi sendo construída ao longo dos anos, com ações integradas da assistência social, da saúde e das forças de segurança. Ainda assim, reconheceu que o problema persiste: “Não está resolvido, não vamos ter essa ilusão”, disse.



Enquanto o prefeito comemora, moradores e comerciantes do Centro de São Paulo expressam outra visão. Eles relatam que os usuários da Cracolândia continuam presentes, mas agora dispersos por diversas áreas centrais da cidade. Para esses cidadãos, o local físico da antiga Cracolândia pode ter desaparecido, mas o problema apenas se deslocou, mantendo suas consequências sociais.



Em meio às mudanças, movimentos sociais denunciam a intensificação da violência por parte do poder público. A ONG Craco Resiste afirma que houve aumento da truculência por parte da Guarda Civil Metropolitana nas abordagens a usuários de drogas. Segundo a entidade, relatos indicam que houve uma orientação para intensificar a repressão.


A organização ainda relata que os agentes passaram a agredir os usuários com mais intensidade, especialmente no rosto e na cabeça. Além das agressões físicas, seriam utilizados spray de pimenta e haveria apropriação indevida de pertences pessoais como roupas e dinheiro.



O debate em torno do desaparecimento da Cracolândia continua gerando reações divergentes entre autoridades, população e entidades sociais.


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