Zambelli contesta condenação e aponta falhas em julgamento do STF

Deputada critica rapidez do processo, questiona versão do hacker e defende que ainda há recursos em análise

Por Plox

15/05/2025 17h34 - Atualizado há 2 dias

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se pronunciou nesta quinta-feira (15) sobre a condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu, por unanimidade, aplicá-la uma pena de 10 anos de prisão pelo seu envolvimento com o hacker Walter Delgatti, acusado de invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).


Imagem Foto: Reprodução Instagram


Durante coletiva de imprensa, Zambelli destacou que o processo judicial ainda está em andamento e que há recursos pendentes de análise. Segundo a parlamentar, um pedido de suspensão foi protocolado no final de abril, mais precisamente no dia 29, e já estaria em fase de avaliação dentro da Câmara dos Deputados.


– O processo ainda não acabou. Ainda há vários recursos que podem ser feitos. Um pedido de suspensão foi solicitado no dia 29 do 4, dentro da Câmara dos Deputados, e está sendo analisado. Eu já tive um sinal verde de que ele vai ser pautado – declarou.



Apesar do cenário jurídico desfavorável, Zambelli disse manter sua fé e interpretou o momento como uma prova espiritual. Para ela, situações desafiadoras servem para fortalecer a crença e a perseverança.


– Não é um momento triste, é um momento de esperança, de fé. E são os momentos mais difíceis que a gente vê nas passagens bíblicas, que as pessoas tiveram que mostrar sua verdadeira fé. Aquela fé que excede todo entendimento – afirmou.


Questionada sobre sua ligação com o hacker, a deputada reiterou que jamais escondeu que conhecia Walter Delgatti. No entanto, lembrou que a própria Polícia Federal classificou Delgatti como mitômano, alguém que apresenta tendência a mentir compulsivamente. Ela alegou que ele deu pelo menos seis versões diferentes ao longo do processo.


– O advogado dele, eu tenho também vídeos, posso mandar para vocês, em que ele apresenta pelo menos cinco versões do porquê que o Walter Delgatti teria feito essa invasão – relatou.



Zambelli atribuiu as ações de Delgatti a decisões pessoais, tanto no caso da invasão ao CNJ quanto na chamada “Vaza Jato”. Para ela, o hacker agiu por motivações próprias, sugerindo inclusive vaidade como principal razão.


– A invasão ao CNJ foi feita da cabeça dele, assim como foi feita a Vaza Jato da cabeça dele – declarou. – Nesse caso, sinceramente, no final das contas, eu não sei o que motivou ele [a envolvê-la no processo], mas eu acho que na maioria das vezes um hacker faz isso por vaidade. O porquê ele quis jogar isso em cima de mim, até hoje a gente não sabe e muito provavelmente não saberemos.



O advogado de Zambelli criticou duramente o processo conduzido pelo STF. Ele apontou falhas como a ausência da defesa da deputada na sessão de julgamento, realizada de forma virtual, e a falta de comentários dos ministros sobre os argumentos apresentados. A defesa também questionou a rapidez com que o processo foi conduzido e a alegada falta de provas conclusivas.


Mesmo com a condenação definida, Zambelli declarou que mantém sua confiança no sistema judicial e encerrou afirmando que “a injustiça se conserta com o tempo”.


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