"Agora, é proibido ter novas ideias", declara Lula a ministros em reunião

Lula reiterou a necessidade de todas as ações passarem pela aprovação da Casa Civil, reforçando a ideia de que as políticas governamentais são ações coletivas, não individuais

Por Plox

15/06/2023 11h59 - Atualizado há cerca de 1 ano

Em uma recente reunião ministerial que ocorreu na manhã da quinta-feira (15/6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfatizou a necessidade do cumprimento das propostas já em curso pelo governo, em vez de dar lugar a novas ideias. Durante seu discurso de abertura, Lula orientou os membros do governo a submeterem qualquer nova proposta à Casa Civil antes do anúncio público. Além disso, insistiu na necessidade de centralizar a comunicação do governo na Secretaria de Comunicação Social (Secom), liderada por Paulo Pimenta.

Presentes no encontro estavam chefes da Esplanada, líderes do governo no Congresso Nacional, incluindo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), bem como chefes de órgãos do segundo escalão, como Jean Paul Prates, presidente da Petrobras. O presidente também mencionou uma exceção em sua diretriz de proibir novas ideias - o setor de educação. Dirigindo-se ao ministro da Educação, Camilo Santana, Lula solicitou a reserva de fundos para "coisas não previstas no seu orçamento".

 

(crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

Os ministros receberam instruções do presidente para relatar realizações, planos futuros e desafios enfrentados por suas respectivas pastas. Cada líder teria oito minutos para discursar, com uma tolerância de dois minutos. Entre os presentes estava a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, cujo cargo está em risco. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ausentou-se por problemas de saúde, sendo representada pelo secretário-executivo João Paulo Capobianco. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, também estava ausente em viagem, sendo representado por seu secretário-executivo.

Lula reiterou a necessidade de todas as ações passarem pela aprovação da Casa Civil, reforçando a ideia de que as políticas governamentais são ações coletivas, não individuais. Ele também destacou a transparência na divulgação das medidas, afirmando que nenhum obstáculo seria ocultado e todas as ações seriam anunciadas à imprensa. A ênfase na centralização da comunicação na Secom vem em resposta a conflitos anteriores causados por divulgações independentes de medidas sem diálogo prévio com a Casa Civil e a Secom.

A reunião, a terceira do ano, provavelmente será a última antes do final do ano, quando outra será realizada, de acordo com o presidente.

Mensagens Diretas aos Ministros

O chefe do executivo federal foi bastante claro ao expressar que as políticas devem ser pensadas e executadas de maneira coletiva, lembrando que nenhum ministro pode propor ou começar a executar um plano sem passá-lo pela Casa Civil. Em suas palavras, "não é política de ministério, é a política do governo da qual nós fazemos parte". A centralização no planejamento e execução das políticas governamentais torna-se um dos pilares do atual governo Lula.

Ainda no mesmo tom, o presidente insistiu que todos os esforços de comunicação devem ser concentrados na Secom. Ele pediu aos ministros que a divulgação de suas realizações e medidas seja feita coletivamente, argumentando que tal prática resulta em mais profissionalismo. A declaração surge após atritos no governo causados pela divulgação de medidas sem o diálogo com a Casa Civil e a Secom.

A Transparência como Mandamento

Lula assegurou que todas as ações e dificuldades do governo serão divulgadas, numa aparente tentativa de trazer transparência à sua administração. "Nenhuma dificuldade será escondida", declarou. Ao mesmo tempo, ele afirmou que todas as medidas serão anunciadas à imprensa, indicando o compromisso do governo em manter o público informado sobre suas políticas e ações.

Reuniões Ministeriais Futuras

Esta reunião ministerial, que durou mais de seis horas, é a terceira do ano. Segundo Lula, essa é provavelmente a última reunião ordinária antes do final do ano, quando será realizada outra. A reunião foi um claro sinal de que a administração do presidente Lula pretende concentrar-se na implementação das políticas propostas, e não na introdução de novas ideias.

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