Fundadores da Bola de Neve se afastam após denúncias de agressão
A Bola de Neve, fundada nos anos 1990, tem 560 templos em 34 países.
Por Plox
15/06/2024 11h45 - Atualizado há 8 meses
O apóstolo Rina, fundador e líder da igreja evangélica Bola de Neve, se afastou de suas funções após denúncias feitas por sua esposa, Denise Seixas, que o acusou de lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação. A decisão foi tomada em conjunto com o conselho consultivo da igreja.

Denise Seixas, também pastora da igreja, foi afastada de suas atividades. O advogado da igreja, Renê Koerner, confirmou a informação e disse que a decisão permanecerá até que as investigações sejam concluídas. A Bola de Neve, fundada nos anos 1990, tem 560 templos em 34 países.
A advogada de Denise, Gabriela Manssur, criticou a transferência do comando para o conselho da igreja, alegando que Denise deveria assumir o controle na ausência do apóstolo. "Ela não foi comunicada de seu afastamento, não autorizou e a medida não tem respaldo jurídico", afirmou.
A Justiça concedeu uma medida protetiva a Denise, proibindo que Rina se aproxime a menos de 300 metros dela, de seus familiares e de testemunhas. A advogada de Denise disse que recorrerá dessa decisão, pois a Justiça rejeitou pedidos de busca e apreensão de uma arma que Rina possui.
Rina, através de sua assessoria de imprensa, negou todas as acusações de violência e afirmou confiar na apuração dos fatos pela Polícia Civil e Ministério Público. A investigação está sendo conduzida pela 9ª Delegacia de Defesa da Mulher em São Paulo. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que a pastora Denise já foi ouvida e recebeu medidas protetivas.
A igreja anunciou várias medidas internas, incluindo a criação de uma ouvidoria e um conselho de ética para investigar e deliberar sobre as irregularidades. A Bola de Neve também contratou uma empresa de compliance para auxiliar na sua reorganização.
A denúncia de Denise ocorre em um momento delicado para a igreja, que recentemente enfrentou acusações de irregularidades econômicas cometidas por seus líderes. Segundo Koerner, a igreja está oferecendo suporte para que os pastores decidam se querem continuar ou se tornar independentes.