Voo fantasma: desastre do Helios 522 deixa 121 mortos na Grécia

Pilotos e passageiros sofrem hipóxia após erro em sistema de pressurização, causando uma das piores tragédias aéreas da Europa.

Por Plox

15/06/2024 14h29 - Atualizado há 9 meses

Em 14 de agosto de 2005, o voo 522 da Helios Airways, um Boeing 737-300, se tornou protagonista de um dos piores acidentes aéreos da Europa no século 21. A aeronave, partindo de Larnaca, no Chipre, com destino a Praga, na República Tcheca, decolou sem o sistema de pressurização ativo, resultando na hipóxia de todos os ocupantes a bordo.

Durante o voo, a aeronave voava normalmente, mas não respondia aos contatos por rádio. Preocupada com a falta de comunicação, a Força Aérea Helênica despachou dois caças para interceptar o avião. Ao se aproximarem, os pilotos dos caças avistaram uma cena aterrorizante: todos os passageiros e pilotos estavam inconscientes, exceto por um único tripulante que usava uma máscara de oxigênio e tentava, em vão, controlar a aeronave.

Foto: Wikimedia

 

Com o Boeing 737-300 voando em círculos em piloto automático sobre Atenas, a falta de combustível acabou causando a queda do avião em uma área desabitada perto da capital grega, matando as 121 pessoas a bordo.

A investigação revelou que a tragédia teve início na noite anterior ao voo, quando a tripulação reportou um problema de congelamento na vedação de uma das portas, o que sugeria uma falha na pressurização. Durante um teste de manutenção, a chave de pressurização foi inadvertidamente deixada no modo manual. Mesmo com os alarmes e indicadores de pressurização alertando sobre a condição anormal, os pilotos não perceberam o problema, possivelmente devido aos efeitos já incipientes da hipóxia.

Enquanto a aeronave ganhava altitude, a pressão interna da cabine diminuía. Sem colocar as máscaras de oxigênio, a tripulação perdeu gradualmente a consciência. O avião seguiu em piloto automático até Atenas, onde começou a voar em círculos, aguardando autorização para pouso que nunca veio.

A tragédia do voo 522 não só tirou 121 vidas, mas também levou ao encerramento das operações da Helios Airways, uma companhia aérea de baixo custo baseada no Chipre. O acidente permanece como um doloroso lembrete da importância dos procedimentos de segurança na aviação.

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