Investigação em andamento: detento morto em penitenciária da Grande BH sob suspeita de negligência

Apesar dos pedidos de socorro , uma guarda do complexo teria confinado Silva em uma área conhecida como "gaiola", sem fornecer a assistência médica adequada

Por Plox

15/07/2023 09h34 - Atualizado há cerca de 1 ano

A Polícia Civil de Minas Gerais (PMMG) lançou um inquérito para investigar as circunstâncias da morte de Vanderci de Sousa Silva, um detento de 50 anos, no Complexo Penitenciário Público-Privado (CPPP) em Ribeirão das Neves, uma localidade na Grande Belo Horizonte. O incidente ocorreu no dia 5 de julho, instigando a família de Silva a suspeitar de omissão de socorro, tortura e violação de direitos humanos.

 

Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução

Detalhes perturbadores: O último dia de vida de Vanderci

O representante legal da família, Gregório de Andrade, relatou a sequência de eventos que culminaram na morte de Silva. Segundo ele, Silva começou a sentir-se mal no dia 3 de julho. Apesar dos pedidos de socorro vindos de outros detentos, uma guarda do complexo teria confinado Silva em uma área conhecida como "gaiola", sem fornecer a assistência médica adequada.

Gregório de Andrade, no seu relato, salientou a gravidade da situação. Ele acredita que houve negligência no atendimento a Silva, assim como tortura e violação de direitos humanos. O advogado lamentou as condições duras a que Silva foi submetido, citando: "Foi a noite mais fria do ano. Fazia 12ºC em Neves, a sensação térmica era de 6ºC. Não deram a ele um cobertor nem nada. Costumo dizer que aquele lugar é uma antessala do inferno, principalmente para os presos que saem para trabalhar."

Revelações assustadoras: Alegações de tortura recorrente na CPPP

Ainda mais alarmante é um relato de um dos detentos, que detalhou as agonizantes circunstâncias da morte de Silva e afirmou que houve demora no socorro. Ele descreveu, "Ele berrava como um animal sendo abatido. Chegou a rasgar a blusa que estava usando, de tanta agonia da morte. Ele foi assassinado. Houve omissão de socorro."

O mesmo detento fez alegações chocantes de tortura recorrente na CPPP, especialmente contra os presos que retornam de saídas temporárias. Segundo ele, "Quando a gente volta de uma saída, a gente costuma ser algemado, sem roupa e colocado em uma cela. Lá eles entregam um saco plástico transparente, obrigam a gente a tomar laxante e a defecar em uma vasilha."

Com o inquérito em andamento, espera-se que haja maior clareza sobre a morte de Silva e as condições na prisão.

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