Por pouco, Maria Aparecida Pereira, de 70 anos, que trata de um câncer de pulmão na Santa Casa de Belo Horizonte, não foi submetida a uma hemodiálise desnecessária. A paciente teve seus exames laboratoriais confundidos com os de outra mulher, que sofre de problemas renais e está internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI).

Erro detectado pela família

A confusão ocorreu devido à semelhança nos nomes das duas pacientes, diferindo apenas em um sobrenome. Carolina Oliveira, filha de Maria, relatou que, há cerca de duas semanas, exames indicaram uma grave disfunção renal em sua mãe, recomendando internação imediata para hemodiálise. “Ela já fez cirurgia no pulmão, está fazendo quimioterapia há muito tempo, mas, há uns dois meses, apresentou problemas no rins e precisou passar por cirurgia. Agora, há cerca de duas semanas, exames feitos na Santa Casa BH, apresentaram resultados ruins, que a impediram de fazer a sessão de quimio. A creatinina, por exemplo, indicou algo mais grave e a recomendação médica foi a internação para iniciar a hemodiálise”, contou.

A situação causou estranhamento na equipe médica e na família, levando à realização de um novo exame, no qual não foram detectados problemas graves. “Minha irmã foi comparar os dois exames e percebeu o erro: o sobrenome. As duas pacientes têm o mesmo nome e um sobrenome igual. Apenas um sobrenome as difere. A confusão foi causada por alguém ao lançar no sistema o resultado”, explicou Carolina.

Possíveis ações legais

A troca de exames atrasou o tratamento de Maria Aparecida, que deixou de realizar duas sessões de quimioterapia. A família agora considera entrar com uma ação judicial contra a Santa Casa BH. “Ela deixou de fazer duas sessões de quimioterapia. Agora, vai fazer um ultrassom, depois passar por uma consulta com oncologista e, se Deus quiser, já vai voltar às sessões o quanto antes. Nesse tipo de exame, o tempo é fundamental”, afirmou Carolina.

A Santa Casa BH ainda não se manifestou sobre o ocorrido.