Projeto em Vila Isabel oferece aulas de música erudita e forma jovens conscientes
Aulas de música e inclusão social em Vila Isabel
Por Plox
15/07/2024 11h06 - Atualizado há 5 meses
Na famosa Vila Isabel, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro conhecido por sua rica herança no samba com ícones como Noel Rosa e Martinho da Vila, um projeto inovador vem mudando a vida de jovens de comunidades locais. Através da Orquestra Sinfônica da Ação Social pela Música do Brasil, jovens têm acesso não apenas à música erudita, mas também a aulas de reforço escolar e letramento racial.
Ação Social pela Música do Brasil: um legado de 27 anos
A ONG Ação Social pela Música do Brasil, que existe há 27 anos, possui 13 núcleos espalhados pelo país, sendo 8 deles no Estado do Rio de Janeiro. Este projeto acolhe meninos e meninas de diversas comunidades da capital fluminense, proporcionando um ambiente onde a música e a educação caminham juntas.
Orquestra Sinfônica: um sonho realizado
O maestro Renan de Paula explica a origem da orquestra: "A orquestra existe há dois anos, fruto do talento deles, da dedicação. O projeto em si não é uma academia. Mas vendo tanto talento assim tivemos essa obrigação. Não tem como deixá-los dentro de sala, cada um com seu instrumento. Tivemos que montar essa orquestra maravilhosa."
Histórias de transformação
Estudantes como Gabrielle Ferreira Silva e Gileard Paixão compartilham suas experiências transformadoras. Gabrielle, que está no projeto há quase seis anos, destaca as oportunidades e as experiências incríveis que teve, incluindo a participação em festivais. Já Gileard, apaixonado pelo violoncelo, relata: "Estava olhando pela janelinha da sala, escutei o som e fiquei: ‘Nossa, que instrumento é esse?’ Aí eu fui correndo para saber qual era. E era o violoncelo. Eu fiquei sentado na escada, olhando um tempo, e me apaixonei. Ele faz parte de mim, como se fosse meu corpo." Seu irmão, Natanael, é um exemplo do sucesso do projeto, atualmente estudando no Conservatório de Toulouse.
Letramento racial e inclusão
Com 90% dos alunos sendo negros, o projeto vai além da música, investindo no letramento racial. A educadora antirracista Marcele Oliver explica a importância desse trabalho: "Para além da música, o projeto tem muita preocupação com a parte da questão social. O trabalho que eu desenvolvo é de levar o letramento, a valorização da cultura afro-brasileira e questões de gênero e raça e outras questões sociais para formar uma nova geração, com adultos mais conscientes do que nós temos hoje."
Um futuro promissor
Isabel Rodrigues dos Santos, estudante de serviço social, ressalta o impacto do projeto em sua vida: "Mais do que aprender música clássica, eu entendo que aqui a gente aprende conceitos que vão além, que vão para fora, para a sociedade. Principalmente no que diz respeito a nós enquanto indivíduos."
Este projeto em Vila Isabel demonstra como a música erudita, combinada com a educação e a inclusão social, pode transformar vidas e criar uma nova geração de cidadãos conscientes e engajados.