AGU é contestada por defender Janja em ação sobre viagens oficiais

Vereador de Curitiba e advogado questionam na Justiça o uso do órgão federal para representar a primeira-dama

Por Plox

15/07/2025 07h25 - Atualizado há cerca de 17 horas

A atuação da Advocacia-Geral da União (AGU) em defesa da primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, está sendo questionada judicialmente por dois nomes do Paraná: o vereador de Curitiba Guilherme Kilter (Novo) e o advogado Jeffrey Chiquini. Ambos protocolaram uma ação em maio deste ano e aguardam agora a abertura de prazo judicial para apresentar a contestação formal.


Imagem Foto: Agência Brasil


O centro da controvérsia está no uso de recursos públicos e aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para viagens internacionais realizadas por Janja. Segundo Kilter e Chiquini, a AGU não possui base legal para representar a esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já que a ação popular foi proposta contra a pessoa física da primeira-dama. Eles pedem, inclusive, que tanto Janja quanto o governo devolvam os valores que consideram indevidamente utilizados.



Em nota enviada ao jornal O Globo, a AGU rebateu as críticas afirmando que a primeira-dama atua como uma representante simbólica do presidente da República, em funções que se alinham ao interesse público, o que justificaria sua defesa pelo órgão. Segundo a entidade, essa postura está respaldada pela orientação normativa nº 94, de 4 de abril de 2025, que reconhece o papel honorífico do cônjuge presidencial.



O ministro da AGU, Jorge Messias, defendeu a atuação do órgão e afirmou que o processo seria mais um exemplo de ação judicial voltada a constranger o Estado brasileiro, especialmente pela visibilidade internacional das viagens questionadas. \"É fundamental apresentar essas informações à sociedade, pois muitas vezes ações populares são propostas apenas com o objetivo de gerar manchetes\", declarou.



As viagens que estão no centro do debate incluem deslocamentos a Nova Iorque, em março de 2024; Roma, em duas ocasiões, em fevereiro e abril de 2025; Paris, em março deste ano; e, mais recentemente, a Moscou e São Petersburgo, em maio.



Enquanto isso, nas redes sociais, Jeffrey Chiquini classificou como uma \"aberração jurídica\" a defesa feita pela AGU e prometeu impugnar a ação.
\"Obviamente, apresentarei impugnação a mais esta aberração jurídica e esculacho com o dinheiro do povo\"

, escreveu o advogado.

Já o vereador Kilter criticou em vídeo publicado no YouTube o que chamou de \"instrumentalização da AGU\". Para ele, o uso do órgão para defender a primeira-dama, que não exerce função oficial no governo, é inaceitável. Ao jornal Estadão, ele ironizou: \"Agora, além de pagar as viagens, teremos que pagar a defesa judicial dela\".


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