Conflito sangrento leva Síria a iniciar negociações de cessar-fogo

Negociações foram iniciadas entre autoridades do governo sírio e representantes da comunidade drusa na noite desta segunda-feira (14), com o objetivo de encerrar os intensos confrontos que ocorreram no sul da Síria, deixando cerca de cem mortos.

Foto: Reprodução de vídeo

Os conflitos, que eclodiram no domingo anterior, envolveram duas comunidades distintas: os drusos, grupo etnorreligioso de origem abraâmica, e os beduínos, conhecidos como povos árabes nômades. Em resposta aos embates, as forças governamentais enviaram reforços militares e conseguiram retomar o controle da localidade de Al Mazraah, uma vila drusa situada nos arredores da província de Sweida.

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Sweida, que abriga a maior comunidade drusa do país, é uma região onde vivem cerca de 700 mil membros dessa minoria esotérica derivada do xiismo, também presente no Líbano e em Israel. Durante os conflitos, líderes religiosos da comunidade drusa se manifestaram pedindo calma. Um dos mais influentes, o xeique Hikmat al Hejri, solicitou à comunidade internacional proteção imediata, afirmando ter impedido a entrada das forças sírias em áreas sob controle druso.

O ministro do Interior da Síria, Anas Khatab, publicou no domingo, por meio da rede social X, que a ausência de presença estatal, militar e de segurança em Sweida contribui diretamente para a manutenção das tensões. Basem Fakhr, porta-voz do grupo armado Movimento Homens de Dignidade, afirmou à AFP que estão ocorrendo conversas entre líderes locais e representantes do Ministério da Defesa para encontrar uma solução.

O conflito também atraiu a atenção de Israel, que, justificando a proteção da minoria drusa, realizou ataques a tanques do exército sírio posicionados na região. Segundo informações do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), alguns dos soldados atingidos estavam ao lado de combatentes beduínos. O ministro da Defesa de Israel, Katz, declarou que os ataques são um aviso direto ao regime sírio, afirmando que Israel não permitirá que os drusos da Síria sejam prejudicados.

Com os embates ainda em curso e as negociações em andamento, a situação em Sweida permanece instável, aguardando um possível acordo que encerre o ciclo de violência.