Minas Gerais registra superávit histórico no comércio com outros estados

Com saldo de R$ 21,2 bilhões, economia mineira impulsiona exportações interestaduais com destaque para o setor automotivo

Por Plox

15/07/2025 11h14 - Atualizado há cerca de 12 horas

Mesmo em meio às incertezas provocadas pelo cenário internacional, como a ameaça de tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, o comércio interestadual de Minas Gerais vive um momento de grande expansão. Em 2024, o estado registrou um superávit histórico de R$ 21,2 bilhões, o maior já observado desde pelo menos 2015.


Imagem Foto: Pixabay


De acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP), os dados revelam que Minas exportou muito mais para outros estados do que importou, repetindo um feito que só havia ocorrido em 2023 — quando o saldo positivo foi de R$ 1,8 bilhão. A análise, divulgada nesta terça-feira (15), foi acompanhada de uma avaliação otimista do pesquisador Lúcio Barbosa.


Ele explicou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) estadual contribuiu para ampliar tanto as importações quanto, principalmente, as exportações. Segundo Barbosa, isso demonstra a força da indústria mineira, especialmente a de bens manufaturados.
“Minas tem uma indústria relevante e, com esse dinamismo, passou a produzir e vender mais para outros estados”

, avaliou.

O setor automotivo se destacou como o principal vetor dessa expansão. Veículos automotores, partes e acessórios representaram 10,4% de todas as exportações interestaduais do estado, com crescimento de 21,1% em relação ao ano anterior. A fábrica da Stellantis, em Betim, foi apontada como uma das principais responsáveis por esse desempenho, tendo alcançado recordes consecutivos de produção em 2024.



Esse segmento, além de ser o mais importante entre os bens manufaturados, está diretamente ligado à cadeia metalmecânica, considerada estratégica para a economia estadual. O pesquisador da FJP destacou que essa cadeia produtiva está presente em várias regiões de Minas e gera empregos de maior qualificação e valor agregado.


Durante a apresentação dos dados, o governador Romeu Zema (Novo) também enfatizou o peso da indústria no avanço comercial mineiro. “Quase todos os produtos exportados são manufaturados, mais nobres, que exigem investimento e geram empregos de qualidade”, afirmou.


Confira os principais produtos que Minas vendeu para outros estados:


- Veículos automotores, partes e acessórios: 10,4%


- Ferro fundido, ferro e aço: 7,5%


- Máquinas e equipamentos mecânicos: 7,1%


- Produtos farmacêuticos: 6,7%


- Máquinas e equipamentos elétricos: 5,4%



Por outro lado, os principais itens importados por Minas de outros estados foram:


- Veículos automotores, partes e acessórios: 13,2%


- Máquinas e equipamentos mecânicos: 10%


- Máquinas e equipamentos elétricos: 6,9%


- Combustíveis minerais: 6,5%


- Plásticos e suas obras: 4,8%


São Paulo permanece como o maior parceiro comercial de Minas Gerais, tanto no volume de compras quanto de vendas. Mais da metade das transações mineiras com outros estados estão concentradas na região Sudeste.



O desempenho reforça a importância da indústria mineira dentro da economia nacional e coloca o estado em posição de destaque, mesmo diante de adversidades externas.


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