Moraes repreende advogado durante audiência sobre trama golpista

Ministro do STF se desentende com defensor de Filipe Martins ao negar pedido e criticar questionamentos na sessão

Por Plox

15/07/2025 07h23 - Atualizado há cerca de 17 horas

Durante uma audiência que integra o processo da suposta tentativa de golpe de Estado, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, protagonizou um momento de tensão com o advogado Jeffrey Chiquini, que representa Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro.


Imagem Foto: STF


O episódio ocorreu enquanto o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, prestava depoimento. Logo no início da sessão, Chiquini solicitou a suspensão da audiência, argumentando que não teve tempo suficiente para analisar documentos que haviam sido recentemente encaminhados ao STF pela Polícia Federal.



O ministro, no entanto, rejeitou o pedido. Diante disso, o advogado tentou insistir com novos argumentos, mas foi interrompido por Moraes com uma declaração ríspida:
\"Doutor, enquanto eu falo o senhor fica quieto\"

, disparou o magistrado.


A tensão aumentou quando o ministro criticou a atuação do defensor, sugerindo que ele estaria se comportando como membro do Ministério Público ao questionar a maneira como a Procuradoria-Geral da República dividiu as acusações da suposta trama golpista em quatro núcleos distintos. “Há advogado e há as partes. Se o senhor deseja denunciar alguém, deveria ter prestado concurso para o Ministério Público”, afirmou Moraes.


Outro momento marcante foi quando o advogado perguntou a Mauro Cid se ele desejava a ocorrência de um golpe de Estado em 2022. O ministro-relator interrompeu a indagação, classificando-a como “impertinente” e indeferindo a questão.



A audiência integra o conjunto de investigações conduzidas pelo Supremo que apuram uma possível organização de ações contra a ordem democrática no país. A defesa de Filipe Martins tem questionado a forma como os materiais foram disponibilizados e a legalidade de alguns procedimentos adotados pela Corte.



O episódio evidencia os embates acalorados que têm marcado os julgamentos ligados ao entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro.


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