Parque do Rio Doce comemora 81 anos com fé e tradição no Vale do Aço
Evento reuniu centenas de pessoas em homenagem à natureza, fé e história regional no Vale do Aço
Por Plox
15/07/2025 11h00 - Atualizado há cerca de 12 horas
A ligação entre a fé, a valorização cultural e a consciência ambiental ganhou destaque durante a celebração dos 81 anos do Parque Estadual do Rio Doce (PERD), comemorado oficialmente na terça-feira (15).

No último sábado (12), um grande cortejo de romarias e cavalgadas partiu de três cidades do Vale do Aço — Timóteo, Marliéria e Dionísio — e reuniu aproximadamente 415 participantes em uma jornada simbólica até a unidade de conservação. A ação reforçou o vínculo histórico da população regional com o parque e sua importância para a proteção ambiental.
A festividade, tradicionalmente realizada todos os anos, presta homenagem a Nossa Senhora da Saúde e resgata memórias das primeiras décadas do século XX. Foi nessa época que o então arcebispo de Mariana, Dom Helvécio, visitou a região, encantando-se com as matas e as lagoas, fator determinante para a posterior criação do parque.
Durante todo o mês de julho, diversas atividades comemorativas também vêm sendo promovidas nos municípios vizinhos ao parque. Essas ações buscam destacar o papel fundamental do PERD tanto como patrimônio ambiental quanto como elemento de identidade histórica e cultural local.
O gerente do parque, Vinícius Moreira, ressaltou o papel simbólico das comemorações:
“O momento já se consolidou para eternizar a unidade de conservação e toda sua contribuição na proteção da biodiversidade em Minas”
.
Criado em 1944, o Parque Estadual do Rio Doce é reconhecido como a primeira unidade de conservação ambiental de Minas Gerais e uma das primeiras do Brasil. Administrado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), ocupa uma área de 35.970 hectares, onde se encontra o maior fragmento contínuo de Mata Atlântica no estado.
A riqueza da vegetação inclui árvores centenárias, e seu sistema lacustre abriga cerca de 40 lagoas naturais — conjunto considerado um dos maiores do Brasil.
Além do reconhecimento estadual, o parque também possui prestígio internacional. Foi classificado pela Unesco como Reserva da Biosfera e possui lagoas incluídas na Lista Ramsar, que destaca zonas úmidas de importância global.
Entre os animais protegidos pelo parque estão espécies em risco de extinção, como a onça-pintada e o mono-carvoeiro, o maior primata do continente americano.
A comemoração de seus 81 anos reforça o papel essencial que o Parque Estadual do Rio Doce exerce na conservação da biodiversidade mineira, ao mesmo tempo em que mantém vivas as tradições culturais das comunidades que o cercam.