Calopsitas conquistam espaço no mercado pet brasileiro com cuidados mais simples

Popularidade das aves ornamentais cresce no Brasil, com destaque para as calopsitas como pets acessíveis e de fácil manejo

Por Plox

15/08/2024 11h51 - Atualizado há 2 meses

A paixão dos brasileiros por animais de estimação está se diversificando, com uma crescente popularidade das aves ornamentais, especialmente as calopsitas, que têm conquistado cada vez mais espaço nos lares do país. Enquanto cães e gatos ainda dominam como os principais companheiros, muitas famílias estão optando por essas pequenas aves, conhecidas por sua facilidade de manejo e custo relativamente baixo.

Foto; Pixabay/Reprodução

Aumento no número de aves ornamentais no Brasil

Dados recentes da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) e do Instituto Pet Brasil (IPB) indicam que o número de aves ornamentais no Brasil subiu de 41,6 milhões em 2022 para 42,8 milhões em 2023, representando um crescimento de 3% em apenas um ano. Este aumento reflete a tendência de muitos brasileiros em escolher aves como pets, atraídos não apenas por sua beleza, mas também por sua longevidade, com algumas espécies podendo viver até 30 anos.

Histórias de tutores e suas experiências com calopsitas

Um exemplo desse fenômeno é a engenheira Júlia Nogueira, de 27 anos, que compartilha sua experiência como tutora de calopsitas. "Começou há 13 anos, desde que tive a primeira calopsita. Já tive nove e hoje tenho quatro", conta Júlia. Ela explica que a afinidade com as aves começou quando sua irmã quis um pet, mas a primeira calopsita acabou se apegando a ela. "Criamos um carinho muito grande e desde então, todas as vezes que chegava mais um, era algo muito novo", relata.

Júlia destaca como suas aves são mais do que simples pets, servindo de companhia em momentos de solidão e auxiliando no manejo da ansiedade. "Eles me salvaram de muitas coisas, tenho muita ansiedade e moro sozinha aqui em BH. Eles são minha companhia e sentem como estou", revela.

Custos e cuidados com aves ornamentais

Outro fator que contribui para a popularidade das calopsitas é o custo reduzido de sua manutenção em comparação com outros animais de estimação, como cães e gatos. Júlia observa que seus gastos mensais são baixos, principalmente com ração, que dura vários meses. Além disso, ela faz questão de economizar ao longo do ano para cobrir despesas veterinárias, levando suas aves a um especialista no fim de cada ano. "Não tenho um custo mensal, porque a ração dura muitos meses. Mas o custo não é muito alto", explica. No entanto, a engenheira ainda não encontrou um plano de saúde adequado para suas aves, o que seria uma opção interessante para seu planejamento financeiro.

Crescimento do mercado pet no Brasil

A expansão do mercado de animais de estimação no Brasil não se limita às aves ornamentais. De acordo com a pesquisa do IPB e Abinpet, o número total de pets no país cresceu 3,3% em 2023, com o total estimado em 155,7 milhões de animais. Este crescimento é observado em todas as espécies monitoradas, com destaque para os cães, que passaram de 60,5 milhões para 62,2 milhões, um aumento de 2,8%, e para os gatos, que registraram um crescimento de 5,4%, saltando de 29,2 milhões para 30,8 milhões.

Perspectivas para o mercado de animais domésticos

O mercado especializado em animais domésticos deve continuar crescendo, com projeções indicando que o setor atingirá um faturamento de R$ 76,3 bilhões em 2024. Somente o segmento de pet food representou um faturamento de R$ 41,7 bilhões em 2023, o que corresponde a 54,7% do total do setor.

Tendências de pets exóticos

A urbanização e a verticalização das cidades têm impulsionado o interesse por animais de menor porte e de fácil manutenção, como os répteis e pequenos mamíferos, além das aves ornamentais. Caio Villela, presidente-executivo do IPB, comenta: "Apesar do primeiro lugar ainda indiscutível dos cães, é notório que ao lado dos felinos, que já apresentavam crescimento em outras pesquisas, dessa vez observamos que os répteis e pequenos mamíferos têm despertado mais interesse." Ele ainda ressalta que "os números reforçam a ideia de que a urbanização e verticalização das cidades, com famílias menores, têm feito com que animais com manutenção mais simples e que demandam menos sejam atraentes para um número cada vez maior de pessoas".

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