Alasca recebe Trump e Putin em reunião sobre guerra e segurança global
Presidentes dos EUA e Rússia se encontram nesta sexta em base militar americana para discutir o conflito na Ucrânia e tensões internacionais
Por Plox
15/08/2025 16h10 - Atualizado há 8 dias
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desembarcou no Alasca nesta sexta-feira (15) para uma reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. O encontro acontece na base militar de Elmendorf-Richardson e será acompanhado de perto por autoridades dos dois países.

A delegação americana é composta por 16 integrantes, incluindo o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o diretor da CIA, Howard Lutnick. Ainda não há confirmação oficial sobre a chegada de Putin, mas a comitiva russa contará com o Ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, o Ministro da Defesa, Andrei Belusov, o Ministro das Finanças, Anton Siluanov, e o negociador econômico Kiril Dmitriev.
A reunião entre Trump e Putin está marcada para as 11h30 no horário local (16h30 em Brasília). Entre os principais temas em pauta estão o conflito entre Rússia e Ucrânia e outras questões relacionadas à segurança internacional.
Antes do encontro com o líder russo, Trump realizou uma videoconferência com líderes da União Europeia, exceto da Hungria, e com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky. De acordo com o presidente americano, o diálogo foi “muito produtivo”.
Essa será a primeira vez que Putin visita o Ocidente desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. O último encontro entre um líder russo e um presidente dos EUA ocorreu em 2021, quando Putin e Joe Biden se reuniram em Genebra.
A escolha do Alasca para sediar a reunião tem significados históricos e estratégicos. O território, que já pertenceu à Rússia no século XIX, foi adquirido pelos Estados Unidos e oficializado como estado em 1959. Durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, o Alasca teve papel importante, e a base de Elmendorf-Richardson reforça o poderio militar dos EUA.
Além disso, o local favorece Putin, que tem um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional. Como os EUA não são signatários do tratado, o presidente russo pode chegar ao Alasca atravessando apenas o Estreito de Bering, sem a necessidade de passar por outros países.
Apesar das tratativas por um possível cessar-fogo, os ataques russos à Ucrânia continuam. O Kremlin condiciona a paz à cessão de quatro regiões parcialmente ocupadas — Donetsk, Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson — e à Crimeia, anexada em 2014. Também exige que a Ucrânia desista de integrar a Otan e suspenda o recebimento de armas ocidentais. Kiev, no entanto, considera essas condições inaceitáveis.
O desenrolar da reunião pode representar um marco nas relações diplomáticas entre Ocidente e Rússia, após anos de tensões agravadas pelo conflito no leste europeu.