EUA retiram vistos da esposa e filha de Alexandre Padilha
Decisão afeta familiares do ministro da Saúde, ligada à criação do Mais Médicos, e ocorre em meio a ações contra envolvidos no programa
Por Plox
15/08/2025 20h57 - Atualizado há 8 dias
Em meio a um movimento do governo norte-americano contra pessoas associadas ao programa Mais Médicos, os Estados Unidos decidiram revogar os vistos da esposa e da filha, de 10 anos, do ministro da Saúde do governo Lula, Alexandre Padilha. O próprio ministro não foi afetado pela medida, já que seu visto havia expirado em 2024.

O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira (15) pelo Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo, que enviou comunicado informando que “surgiram informações indicando” que as duas não seriam mais elegíveis para manter a permissão de entrada no país. De acordo com a jornalista Julia Duailibi, ambas estão no Brasil e receberam a notificação por e-mail.
A medida integra uma ofensiva da gestão Donald Trump contra autoridades brasileiras envolvidas na criação do Mais Médicos. Na avaliação do ex-presidente americano, o programa teria sido usado para beneficiar o regime cubano. Segundo acusações, a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) teria atuado como intermediária para que médicos cubanos fossem contratados sem seguir as exigências constitucionais brasileiras, além de garantir pagamentos ao governo cubano.
Além da família de Padilha, também foram atingidos pelo cancelamento de vistos o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Mozart Julio Tabosa Sales, e o coordenador-geral para a COP30, Alberto Kleiman, igualmente apontados como articuladores do projeto.
Padilha, que já havia comandado a pasta da Saúde em 2013, esteve diretamente envolvido na concepção do programa. As sanções impostas agora fazem parte de uma estratégia mais ampla dos EUA para barrar pessoas que, segundo eles, colaboraram para driblar sanções ao regime cubano.
Na véspera, durante evento em Goiana (PE), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o caso de Mozart Sales, minimizando a importância do visto americano:
“Mozart, não fique preocupado com o visto dos EUA. O mundo é muito grande, o Brasil tem 8,5 milhões de quilômetros quadrados, você tem lugar para andar no Brasil para caramba, cara, não se importe. Lugar bonito”
.
A medida gerou repercussão política e diplomática, reacendendo discussões sobre o impacto das relações entre Brasil, Cuba e Estados Unidos.