Polícia confirma que arma usada por suspeito para matar gari era da esposa delegada

Pistola calibre .380, utilizada no assassinato de Laudemir Fernandes em BH, está registrada no nome da delegada Ana Paula Balbino, esposa do suspeito

Por Plox

15/08/2025 16h24 - Atualizado há 2 dias

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) confirmou, nesta sexta-feira (15), que a arma de fogo usada para matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, está registrada no nome da delegada Ana Paula Lamego Balbino. Ela é esposa do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, apontado como autor do disparo durante uma confusão de trânsito no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte, na última segunda-feira (11).


Imagem Foto: Rede Social


Conforme laudos balísticos, a arma usada no crime é uma pistola calibre .380, de uso pessoal da delegada, sem vínculo com o arsenal da corporação. A pistola foi recolhida e encaminhada à Corregedoria, que apura a forma como era mantida e guardada.



O assassinato ocorreu por volta das 9h, quando um caminhão de coleta de lixo parou na via e um carro BYD cinza se aproximou no sentido contrário. O motorista, segundo testemunhas, ameaçou a condutora do caminhão e logo em seguida atirou contra o gari, atingindo-o no tórax. A vítima foi socorrida ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas morreu devido aos ferimentos.


O suspeito fugiu e foi encontrado horas depois malhando em uma academia no bairro Estoril. Ainda de acordo com testemunhas, ele saiu do local do crime com expressão tranquila, como se nada tivesse acontecido. A frase \"Acertou em mim\" teria sido dita por Laudemir logo após ser atingido.



Renê Júnior nega autoria do crime e alegou estar em Betim, onde trabalha, durante o horário do homicídio. A Polícia Civil analisa imagens de segurança para comparar com o trajeto declarado pelo empresário. Até o momento, ele não passou por perícia.


Os delegados destacaram que Renê estava lúcido durante o depoimento, e que não houve indícios de embriaguez ou uso de entorpecentes. O suspeito também não tem porte legal de arma, e a corporação apura se ele teve acesso ao armamento sem o conhecimento da esposa.



O crime gerou forte comoção. Laudemir foi velado na Igreja Quadrangular, em Nova Contagem, e homenageado por colegas e familiares. A esposa dele, Liliane França, cobrou justiça e respeito à categoria dos garis. A mãe da vítima passou mal durante o velório e precisou ser hospitalizada.


Segundo o sócio da empresa Localix, onde Laudemir trabalhava, ele era um funcionário dedicado e querido por todos. \"A empresa acompanhará o caso até o fim. Queremos justiça\", afirmou Ivanildo Gualberto Lopes.



Renê Júnior é executivo do setor de alimentos e assumiu recentemente uma diretoria na Fictor Alimentos. A empresa repudiou o crime e se solidarizou com a família da vítima. No LinkedIn, Renê destaca experiências em empresas como Ambev, Coca-Cola e Red Bull. A delegada Ana Paula afirmou não saber que o marido era suspeito até sua prisão.


O inquérito segue em andamento. Renê foi autuado por homicídio duplamente qualificado e ameaça, e permanece preso no Ceresp Gameleira, aguardando audiência de custódia.


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