Única pessoa tem R$ 11,2 milhões esquecidos em sistema do Banco Central

Valor recorde entre pessoas físicas é destaque em levantamento do Banco Central

Por Plox

15/09/2024 08h26 - Atualizado há 6 meses

Uma única pessoa possui R$ 11,2 milhões esquecidos no Sistema de Valores a Receber (SVR), ferramenta do Banco Central (BC) que permite a consulta de valores “esquecidos” em instituições financeiras. Esse montante representa o maior valor individual já registrado entre pessoas físicas no sistema. Já entre as pessoas jurídicas, o valor mais elevado esquecido é de R$ 30,4 milhões.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Bilhões disponíveis para saque

Segundo o Banco Central, o SVR contabiliza R$ 8,5 bilhões disponíveis para saques. Desse total, R$ 6,5 bilhões pertencem a cerca de 42 milhões de pessoas físicas, enquanto R$ 1,9 bilhão está sob a titularidade de 3,6 milhões de empresas. Esse levantamento corresponde ao balanço de julho de 2024, que marcou a maior evolução de valores a receber dos últimos seis meses.

Perfil dos valores esquecidos

Entre as pessoas que têm valores a receber, 931 mil possuem mais de R$ 1.000,01 esquecidos. A maior parte dos titulares, cerca de 33 milhões, tem até R$ 10 disponíveis. Outros 10 mil possuem valores entre R$ 10,01 e R$ 1.000.

Distribuição dos recursos esquecidos

Os maiores valores esquecidos estão nos bancos, que detêm R$ 4,9 bilhões. Administradoras de consórcio concentram R$ 2,3 bilhões, seguidas por cooperativas, com R$ 808,7 milhões, e instituições de pagamentos, com R$ 263,4 milhões. Financeiras e corretoras/distribuidoras têm R$ 127,1 milhões e R$ 9,9 milhões, respectivamente. Além disso, R$ 5,8 milhões estão espalhados em outras categorias de instituições financeiras.

Valores já resgatados

Até o momento, o sistema do Banco Central registra que R$ 7,6 bilhões foram resgatados. Desse montante, R$ 5,6 bilhões foram devolvidos a 20,6 milhões de pessoas físicas, enquanto R$ 2 bilhões foram recuperados por 1,5 milhão de empresas.

Proposta de recolhimento pelo governo

Em um movimento para captar recursos, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que permite a reoneração gradual de 17 setores da economia e de municípios com até 156 mil habitantes nos próximos três anos, após um período de desoneração em 2024. O projeto, que aguarda sanção presidencial, possibilita que o governo recolha até R$ 8,5 bilhões de contas bancárias sem movimentação.

Caso a lei seja sancionada, os titulares terão um prazo de 30 dias para resgatar os valores. Se o saque não for realizado dentro do prazo, o Tesouro Nacional incorporará os recursos. O Ministério da Fazenda será responsável por publicar no Diário Oficial da União os números das contas e os valores que serão recolhidos, com um prazo de 30 dias para contestação após a publicação.

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