Adote um Herói: Governo de Minas lança campanha para adoção de cães policiais
Campanha 'Adote um Herói' promove a adoção de cães que serviram à Polícia Civil de Minas e agora precisam de uma família
Por Plox
15/09/2025 10h42 - Atualizado há cerca de 2 horas
Durante anos, Zoe, Bud e Ivy foram símbolos de dedicação no trabalho da Polícia Civil de Minas Gerais. Agora aposentados, esses cães policiais aguardam uma nova missão: conquistar um lar afetuoso. Para facilitar esse reencontro com a vida familiar, o Governo de Minas lançou a campanha 'Adote um Herói', voltada à adoção responsável de cães que encerraram suas atividades operacionais.
A responsabilidade de conduzir o processo ficou com a Coordenação de Operações com Cães (COC), da PCMG, que definiu critérios rigorosos para garantir o bem-estar dos animais. Embora servidores da própria coordenação tenham prioridade na adoção, muitos já acolhem outros cães, inclusive aposentados, o que abre espaço para a participação da sociedade civil.

Segundo as normas, são disponibilizados para adoção os cães que não estão mais aptos ao serviço policial ou que alcançaram idade de aposentadoria — voluntária a partir dos 8 anos, mediante avaliação técnica, e obrigatória aos 10 anos.
Zoe, uma pastor belga malinois nascida em outubro de 2017, iniciou sua formação na COC ainda filhote. Com apenas 1 ano e meio, já estava atuando em operações. Foram seis anos de serviços prestados, com destaque para sua participação, em 2023, em uma grande operação contra o tráfico de drogas em Nanuque, no Vale do Mucuri. Na ocasião, ela foi essencial na localização de entorpecentes escondidos em área de difícil acesso.
“Zoe é extremamente dócil com pessoas, mas precisa de atenção especial ao conviver com outras fêmeas da mesma espécie”, explica a investigadora Lídia Mary, sua condutora na PCMG.
O pastor alemão Bud, por sua vez, nasceu em maio de 2017 e serviu por cerca de cinco anos. Sua aposentadoria foi antecipada após o diagnóstico de displasia coxofemoral bilateral, condição que limita movimentos e impede esforços físicos. Apesar disso, Bud ainda esbanja carinho e lealdade.
“Foi um cão fundamental na localização de materiais ilícitos em ambientes de mata fechada, onde o terreno dificultava a ação dos policiais”, relembra Lídia.
Embora sociável com outros cães, ele necessita de atenção redobrada, adaptação cuidadosa com novos tutores e acompanhamento veterinário contínuo.
Mais jovem, Ivy é uma pastor belga malinois nascida em fevereiro de 2024. Apesar de ter iniciado o processo de formação na COC, foi considerada inapta ao trabalho policial por questões técnicas. Segundo os responsáveis, ela é enérgica e requer estímulos diários, além de um período de adaptação com pessoas.
“Ela é muito carinhosa, mas precisa de rotina e atividades físicas para manter seu equilíbrio”, destaca Lídia.
Quem tiver interesse em adotar um desses cães deve comprovar idoneidade moral, comprometimento com os cuidados animais e possuir estrutura financeira adequada. É necessário assinar um termo específico de adoção e se comprometer com alimentação, higiene, assistência médica-veterinária e bem-estar geral do cão. O uso dos animais para fins comerciais ou trabalhistas é estritamente proibido.
Para participar, os interessados devem enviar nome completo, endereço residencial e telefone de contato para o e-mail [email protected]. Após a análise, a equipe da COC entrará em contato para agendar uma entrevista presencial.
A COC, criada em 1992, já formou aproximadamente 60 cães das raças pastor alemão, pastor belga malinois, border collie e labrador retriever. Atualmente, 12 cães estão em atuação, realizando tarefas de detecção de entorpecentes, cinoterapia e ações educativas. A equipe é composta por nove investigadores, um coordenador operacional e um médico veterinário. A conduta da campanha é clara: em caso de negligência ou descumprimento das exigências, a adoção poderá ser revertida.
Esses cães, que já deram tudo de si pela segurança da sociedade, agora esperam um gesto de retribuição: um lar que os acolha com respeito e amor.