Casos de coqueluche em Minas Gerais crescem 30% em menos de um mês

Minas Gerais vê aumento expressivo de infecções por coqueluche neste ano, com dois óbitos registrados após quatro anos sem mortes

Por Plox

15/10/2024 12h56 - Atualizado há 5 dias

O número de casos confirmados de coqueluche em Minas Gerais aumentou quase 30% em menos de um mês, conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgados nesta terça-feira (15 de outubro). Até o momento, 264 pessoas foram diagnosticadas com a doença em 2024, enquanto no dia 21 de setembro, o número de confirmações era de 205. O Estado também voltou a registrar mortes pela infecção, com dois bebês falecendo neste ano, após um período sem óbitos desde 2019.

Foto: reprodução/ Freepik

Aumento expressivo em relação a 2023

Comparando os números deste ano com 2023, o crescimento é alarmante. Em todo o ano passado, foram registrados apenas 14 casos de coqueluche no Estado. Ou seja, o número atual de infecções é 18 vezes maior do que o total de 2023. A SES-MG alerta que esse dado ainda pode subir, já que há 778 casos suspeitos em investigação.

Mortes preocupam autoridades de saúde

Além do aumento nos casos, duas mortes de bebês foram notificadas este ano, ambas relacionadas à falta de vacinação das mães durante a gestação. O primeiro óbito aconteceu em 19 de julho em Poços de Caldas, no Sul de Minas. A vítima foi um bebê de apenas um mês e 23 dias, que não havia recebido a vacina contra a coqueluche, pois ainda não tinha idade suficiente para começar o esquema vacinal. A mãe também não havia se vacinado durante a gravidez.

O segundo falecimento foi registrado em Belo Horizonte. Um bebê do sexo masculino, com um mês de idade, também perdeu a vida para a doença. A mãe dele, assim como no primeiro caso, não recebeu a vacina contra coqueluche durante a gestação, aumentando os riscos para o recém-nascido.

Vacinação é essencial para a prevenção

A SES-MG reforça que a principal medida para prevenir a coqueluche é a vacinação. Todas as gestantes devem receber a vacina, com a quantidade de doses variando de acordo com a situação vacinal da mulher. No caso de crianças menores de um ano, são aplicadas três doses da vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenzae tipo B e hepatite B. Essas doses devem ser administradas aos dois, quatro e seis meses de vida.

Para reforçar a imunização, as crianças devem receber doses adicionais aos 15 meses e aos quatro anos de idade, por meio da vacina DTP, que também previne difteria, tétano e coqueluche.

Os imunizantes estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e podem ser encontrados em Unidades Básicas de Saúde e salas de vacinação em todos os municípios.

O que é a coqueluche?

A coqueluche, também conhecida como pertussis, é uma infecção respiratória altamente contagiosa, provocada pela bactéria Bordetella pertussis. Seus primeiros sintomas se assemelham aos de um resfriado comum, com coriza, febre baixa e tosse leve. Porém, com o avanço da doença, a tosse se torna intensa e persistente, muitas vezes acompanhada de vômito e dificuldades respiratórias.

A transmissão da coqueluche ocorre principalmente pelo contato direto com gotículas de saliva de uma pessoa infectada, que podem ser espalhadas ao tossir, espirrar ou até falar. Indivíduos que não estão vacinados são os mais vulneráveis à infecção.

Este cenário alerta as autoridades de saúde para a importância da vacinação e de medidas preventivas, sobretudo em bebês e gestantes.

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