Ministério custeia viagem da 'dama do tráfico' do Amazonas a Brasília
Luciane Farias, esposa de líder de facção criminosa, participa de encontro oficial após ser indicada por comitê estadual
Por Plox
15/11/2023 08h15 - Atualizado há cerca de 1 ano
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania confirmou que custeou as despesas de viagem e estadia de Luciane Barbosa Farias, conhecida como "dama do tráfico amazonense", para um evento em Brasília. Luciane, esposa de Clemilson dos Santos Farias, um líder do Comando Vermelho, esteve presente em encontros no Ministério da Justiça e Segurança Pública, gerando controvérsia.
Indicação por Comitê Estadual do Amazonas
Luciane Farias foi indicada pelo Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Amazonas para participar do Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura, realizado no início deste mês. O Ministério informou que a escolha dos representantes foi feita pelos comitês estaduais e que todos os convidados receberam apoio financeiro para suas despesas.
Contexto Criminal e Repercussões
A presença de Luciane Farias em Brasília levou o Ministério da Justiça a revisar suas regras de segurança interna. Luciane, além de ser esposa de um líder de facção criminosa, é condenada em segunda instância por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa, mas recorre em liberdade. Seu marido, conhecido como Tio Patinhas, cumpre 31 anos de prisão no Amazonas.
Novas Medidas de Segurança no Ministério da Justiça
Em resposta ao incidente, o Ministério da Justiça implementou um protocolo que exige cadastro com antecedência de 48 horas para reuniões, incluindo a verificação de nomes e CPFs dos visitantes. Essa medida visa permitir checagens por parte da equipe de inteligência para prevenir situações semelhantes no futuro.
Detalhes dos Encontros e Responsabilidades
O Ministério esclareceu que Luciane Farias não foi a requerente das audiências, mas sim uma entidade de advogados. O secretário nacional de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, relatou que a audiência em março atendeu a um pedido da Associação Nacional da Advocacia Criminal, representada pela advogada Janira Rocha, ex-deputada estadual no Rio de Janeiro.