Jovem de 18 anos morre em viatura da PM após tentar defender irmão autista em MG

Na noite de quinta-feira (14/11), Thainara Vitória Francisco Santos, de 18 anos, morreu dentro de uma viatura policial em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, Minas Gerais. A jovem foi detida após supostamente agredir policiais militares enquanto defendia seu irmão autista durante uma abordagem dentro de casa, no Residencial Ibituruna, no bairro Vila dos Montes.

Os policiais realizavam diligências para localizar um suspeito de homicídio em um bairro vizinho. Durante a ação, os irmãos foram abordados, embora ainda não haja confirmação de envolvimento deles com o caso.

A abordagem e os momentos finais
Vídeos gravados por vizinhos mostram a ação policial. Nas imagens, moradores alertam os agentes sobre o estado de saúde do irmão autista de Thainara, dizendo que ele "não é envolvido [com o crime]" e que "é doente da cabeça". Apesar das advertências, os policiais prosseguem na imobilização dos jovens. Um dos oficiais é ouvido dizendo: "É só ele parar de resistir".

Segundo relatos, Thainara teria apresentado sinais de mal-estar ainda no prédio e foi colocada na viatura para ser encaminhada ao hospital. No entanto, ao chegar à porta da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vila Isa, localizada a menos de 10 minutos do local da abordagem, a jovem já estava inconsciente. Um médico foi chamado e constatou o óbito.

Investigação em curso
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias e a causa da morte de Thainara. Um laudo pericial está sendo aguardado para trazer mais detalhes sobre o ocorrido. Em nota, a PCMG informou que, "com o avanço dos procedimentos, outras informações poderão ser divulgadas".

Expectativa por esclarecimentos
A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) anunciou que deve se posicionar oficialmente sobre o caso nas próximas horas. Até o momento, as causas exatas da morte e os detalhes da abordagem permanecem sob investigação.

O caso gerou comoção em Governador Valadares e reacendeu debates sobre o uso da força policial em abordagens e os protocolos seguidos em situações que envolvem pessoas com necessidades especiais.