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Menino brasileiro perde dedos após sofrer bullying em escola de Portugal

José Lucas, de 9 anos, teve dois dedos amputados após ataque violento motivado por bullying; família denuncia omissão da escola e pede justiça

15/11/2025 às 19:35 por Redação Plox

Um menino brasileiro de 9 anos perdeu dois dedos após um violento incidente em uma escola de Cinfães, no centro de Portugal. Familiares relatam que o garoto teve a mão presa em uma porta por colegas, sem chance de se defender. O episódio teria ocorrido na última segunda-feira (10) e veio à tona após a mãe, Nívia Estevam, expor o caso nas redes sociais.

Mãe acompanhada do filho que teve dois dedos amputados após ataque em escola

Mãe acompanhada do filho que teve dois dedos amputados após ataque em escola

Foto: Arquivo Pessoal


Histórico de agressões e denúncias de bullying

De acordo com Nívia, o filho, José Lucas, já era alvo de outras agressões na Escola Básica da Frente Coberta, localizada a cerca de 130 km do Porto. Ela afirma que ele vinha sofrendo bullying por ser brasileiro, negro e estar acima do peso.

Segundo a mãe, o menino tinha acabado de entrar no banheiro quando foi seguido por dois colegas, que fecharam a porta sobre seus dedos. Os estudantes teriam pressionado a porta até provocar a amputação, obrigando José Lucas a se arrastar para buscar ajuda.

Funcionárias da escola prestaram os primeiros socorros, estancando o sangue, colocando gelo e acionando a família do estudante. Apesar da gravidade, conforme Nívia, a escola tratou o caso como se fosse um acidente menor, e a professora comunicou apenas que o menino havia “esmagado” os dedos.

Estado de saúde e atendimento imediato

A mãe revelou que só percebeu a extensão do acidente quando ouviu, por telefone, o pedido para chamar uma ambulância. Nas redes sociais, Nívia afirmou que a escola teria descartado pedaços dos dedos do filho e entregue outras partes aos paramédicos.

José Lucas foi submetido a uma cirurgia de cerca de três horas, mas os dedos não puderam ser reimplantados. Médicos conseguiram utilizar parte de um dos membros decepados para cobrir uma área de exposição óssea. O garoto perdeu parte do dedo indicador e do dedo maior e ficou internado por um dia, recebendo alta em seguida.

Postura da escola e repetição de episódios

A mãe contou que a escola rapidamente limpou o local do incidente, que estava coberto de sangue, com o argumento de “não assustar as crianças”. O caso foi tratado como uma “brincadeira”, e episódios anteriores de violência — como puxões de cabelo, pontapés e marcas no pescoço — teriam sido minimizados pela direção.

A própria direção da escola chegou a afirmar que “crianças mentem”, diante das denúncias da família.

Investigações e encaminhamentos jurídicos

A direção instaurou um inquérito interno e notificou a polícia portuguesa sobre o ocorrido. Até o momento, o Ministério da Educação de Portugal não se manifestou.

A família de José Lucas pretende buscar justiça e já conta com o auxílio de uma advogada. A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Portugal também abriu investigação sobre o caso, designando uma assistente social para acompanhar a situação.

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