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Política
PF prende nove em operação contra fraudes em descontos do INSS; líder da Conafer está foragido
Quarta fase da operação Sem Desconto apreende bens de luxo, valores em dinheiro e mira organização criminosa que atuava em 14 estados e no DF
15/11/2025 às 08:30por Redação Plox
15/11/2025 às 08:30
— por Redação Plox
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A Polícia Federal (PF) divulgou nesta sexta-feira o balanço da quarta fase da operação Sem Desconto, que investiga um esquema de fraude em descontos associativos de aposentadorias e pensões do INSS. Policiais federais e auditores da Controladoria-Geral da União (CGU) cumpriram 63 mandados de busca e apreensão, além de 10 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares em 14 estados e no Distrito Federal.
Na nova etapa da operação Sem Desconto, a PF confiscou armamentos e munições
Foto: /PF
Valores em dinheiro, joias e armamento foram apreendidos
Durante a ação, a PF apreendeu uma grande quantidade de dinheiro em espécie — R$ 720 mil em reais e US$ 72 mil em dólares americanos —, além de 23 relógios de luxo, 106 peças de joias, 43 veículos, 57 celulares, 8 armas, 314 munições, 5 computadores, 21 notebooks, 2 smartwatches, 4 tablets, além de HDs e pen drives.
Estados com mandados cumpridos
A operação alcançou os estados do Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins, além do Distrito Federal.
Nove pessoas presas e um líder do esquema foragido
A quarta fase da operação Sem Desconto resultou na prisão de nove pessoas apontadas como envolvidas no esquema. O décimo alvo é Carlos Alberto Lopes, presidente da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais), considerado um dos principais líderes do grupo, mas que não foi localizado até o momento pela PF.
Lopes já havia sido preso anteriormente, durante depoimento à CPMI do INSS, por falso testemunho. Ele foi liberado após pagar fiança.
Entre os detidos na operação estão:
Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS;
Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como "Careca do INSS";
André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor de Benefícios do INSS;
Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS;
Thaisa Hoffmann, empresária e esposa de Virgílio;
Vinícius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT);
Tiago Abraão Ferreira Lopes, diretor da Conafer e irmão do presidente da entidade;
Cícero Marcelino de Souza Santos, empresário vinculado à Conafer;
Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior, ligado à Conafer.
Esquema estruturado e propina mensal
Segundo as investigações da Polícia Federal, a Conafer operava como uma organização criminosa estruturada para fraudar descontos associativos. A apuração apontou que o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, recebia propinas mensais que podiam chegar a R$ 250 mil da entidade para garantir a continuidade do esquema ilegal.
Posicionamento da Conafer
Em nota oficial, a Conafer invocou o princípio da presunção de inocência e declarou confiar nas instituições, exigindo o respeito aos direitos fundamentais dos investigados. A entidade afirmou ainda que é "impossível ignorar o contexto político e midiático que envolve esta investigação" e destacou os impactos práticos da operação, como a paralisação forçada das atividades.
Reafirmamos que a Conafer está disposta a cooperar plenamente com as autoridades competentes para elucidação dos fatos e para que a verdade jurídica se imponha. Entretanto, exigimos que a investigação transcorra com isonomia, transparência e sem espetacularização que prejudique o direito de defesa e o exercício das atividades sociais essenciais
Conafer
A entidade mencionou ainda que o uso de prisões e exposição midiática como meios de condução política de narrativas prejudica o interesse público. Segundo a nota, a Conafer continuará acompanhando os desdobramentos do caso e tomará todas as medidas legais cabíveis para proteger seus dirigentes e a continuidade dos serviços oferecidos ao meio rural.