Exportadores brasileiros de café avaliam que o cenário ficou mais desfavorável para o país após os Estados Unidos anunciarem mudanças em tarifas agrícolas. Apesar da redução da taxa global sobre cerca de 200 produtos, o governo norte-americano decidiu manter a sobretaxa de 40% para o café proveniente do Brasil.

Concorrentes se beneficiam, Brasil fica de fora

A decisão, divulgada pela Casa Branca, retirou a tarifa para carnes bovinas de alta qualidade e para o café de alguns países exportadores. No entanto, enquanto nações como Colômbia e Vietnã tiveram a tarifa zerada, o produto brasileiro permanece sujeito à alta taxação, o que acende alerta no setor.

O diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, classificou como negativa a situação para os produtores do país. Ele destacou que concorrentes já possuíam acordos bilaterais ou, como Colômbia e Etiópia, estavam sujeitas até então a taxas menores, de 10%.

Setor vê cenário desfavorável com manutenção da sobretaxa

Marcos Matos explicou que, diante da nova regra, o café do Brasil passou a ter uma das maiores tarifas do mercado norte-americano em comparação aos seus principais adversários internacionais. O setor considera que o produto nacional tende a perder competitividade com a manutenção do tributo elevado nos EUA.

O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, reforçou o entendimento de que a taxa vigente praticamente inviabiliza o acesso do café brasileiro ao mercado americano e, por isso, a mudança pouco altera o cenário enfrentado pelos exportadores nacionais.

Dentro do setor, expectativa é por revisão futura

Mesmo diante do anúncio recente, as lideranças do segmento demonstram preocupação com a permanência do Brasil à margem das principais medidas de desoneração tarifária promovidas pelos EUA, avaliando que uma revisão futura possa ser necessária para restabelecer a competitividade do café brasileiro no mercado internacional.