O fornecimento de energia foi normalizado na Grande São Paulo cinco dias após o apagão provocado por uma ventania histórica na semana passada. Mesmo com a retomada do serviço, a região amanheceu nesta segunda-feira (15) com mais de 26 mil imóveis ainda sem luz, segundo boletim da concessionária Enel. Na capital paulista, cerca de 17 mil clientes seguem sem energia – número considerado próximo da média registrada em dias normais.
O vendaval que atingiu o estado provocou queda de árvores em diversas vias, cancelamento de voos e desligamento de semáforos em vários pontos de São Paulo. No auge da crise, na quarta-feira (10), mais de 2,2 milhões de clientes ficaram sem abastecimento e recorreram a velas e alternativas emergenciais para iluminação.
Além do transtorno imediato, a interrupção prolongada no fornecimento de energia resultou em prejuízos milionários ao comércio e perdas significativas para consumidores, que tiveram de descartar remédios e alimentos estragados ao longo dos últimos dias.
Enel teabalha para retirar árvore que caiu nos Jardins, Zona oeste da capital paulista
Foto: Reprodução/TV Globo
Na noite de domingo (14), a Enel informou que o fornecimento de energia estava voltando ao padrão de normalidade na área de concessão, com o restabelecimento gradual do serviço para os clientes afetados nos dias 10 e 11 de dezembro pelo ciclone extratropical.
De acordo com a empresa, as equipes técnicas seguem trabalhando em situações consideradas mais complexas, que exigem reconstrução de trechos da rede elétrica, com troca de cabos, postes e outros equipamentos danificados pelo temporal.
No sábado (13), a concessionária havia estimado que o fornecimento de energia seria totalmente restabelecido até o fim de domingo (14), reafirmando o envio de técnicos a pontos ainda afetados para atuar nas ocorrências mais graves de danos à rede.
Na sexta-feira (12), a Justiça determinou que a Enel restabelecesse imediatamente o serviço para todos os consumidores atingidos pelo apagão. A decisão judicial estabeleceu ainda multa de R$ 200 mil por hora em caso de descumprimento da ordem.
A medida foi tomada em resposta a uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em conjunto com a Defensoria Pública, diante da extensão dos impactos e da demora na recomposição total do sistema elétrico.
Para acelerar o trabalho em campo, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia determinaram que equipes de outras distribuidoras de energia fossem disponibilizadas para auxiliar a Enel São Paulo na recuperação da rede e na retomada do fornecimento aos consumidores.
