A Polícia Militar cumpriu, na tarde da última quarta-feira (10), um mandado de prisão contra um homem de 34 anos no bairro Esperança, em Ipatinga. Ele era considerado foragido da Justiça do Espírito Santo.
De acordo com a PM, o suspeito tem condenação por tráfico de drogas em 2024 e, na ocorrência que deu origem ao processo, chegou a entrar em confronto com militares no estado vizinho.
A ordem judicial foi expedida pela Justiça de Guarapari, no Espírito Santo. O homem foi localizado em casa, por volta de 12h30, e detido. Ele afirmou não saber da existência do mandado de prisão e alegou que não recebeu orientação para comparecer ao fórum nem para manter endereço atualizado após deixar o hospital, onde ficou internado em razão de um tiro na perna sofrido durante a ocorrência no Espírito Santo.
Foto: Divulgação/PMMG
Prisão em Ipatinga e alegação de desconhecimento do mandado
O homem contou que morava no bairro Esperança, em Ipatinga, quando foi abordado pelos militares. Segundo ele, a prisão ocorreu no horário de almoço, em sua residência.
Ele relatou que deixou o Espírito Santo após receber alta hospitalar e se mudou para Minas Gerais, onde passou a residir em Ipatinga com a companheira e os filhos. Disse também que trabalha na cidade e que a mudança teria sido motivada por questões de sobrevivência, afirmando que, em Guarapari, ficaria “na rua”.
O detido alega que não foi informado de que precisava comunicar a mudança de estado ou comparecer ao fórum, e que o documento recebido ao sair do hospital não mencionaria datas ou horários de audiência. Ele diz que pretende expor essa versão ao juiz, por não ter condições de contratar advogado particular.
O mandado de prisão tem relação com uma ocorrência de tráfico de drogas em Guarapari, no Espírito Santo. O homem afirma que foi baleado na perna durante a ação policial, no fim do ano passado, entre julho e agosto, e que passou por duas cirurgias na canela, ficando cerca de uma semana internado.
Segundo ele, na época, foi detido por tráfico de drogas após ser flagrado com uma quantidade que, de acordo com seu relato, seria de aproximadamente uma grama de crack, dividida em 23 pedras. O homem sustenta que a droga seria para uso próprio e nega ter tentado pegar a arma de um policial, afirmando que apenas correu ao se assustar com a chegada da equipe.
Ele também diz que, por ter sido baleado, não chegou a passar por audiência de custódia naquele momento, ficando “preso no hospital” e, depois, aguardando definição sobre a situação. Afirma ainda que acabou liberado sem ser ouvido em juízo e sem receber instruções formais sobre obrigações processuais.
O homem admitiu possuir outra passagem anterior por assalto, caso em que, segundo seu relato, a pena foi parcialmente cumprida e, em seguida, ele recebeu indulto, encerrando a execução.
Sobre o processo por tráfico que motivou o mandado atual, ele afirma que pretende relatar às autoridades o que considera ser um mal-entendido em relação às obrigações judiciais após deixar o hospital no Espírito Santo.
Agora, detido em Ipatinga, ele deve ser encaminhado para unidade prisional e apresentado em audiência de custódia. O homem diz esperar que a Justiça leve em conta sua versão dos fatos, sua situação familiar — com filhos pequenos e companheira — e a alegação de que não foi orientado sobre a necessidade de manter contato com o fórum.
Segundo o próprio detido, o objetivo é “seguir a vida em liberdade e longe do crime”, embora a nova prisão o coloque novamente diante do sistema de Justiça.
