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    Motorista embriagado atinge carro de família; avô e neta morrem no local

    O motorista fez o teste do bafômetro, que confirmou embriaguez; Segundo PM, há suspeitas que ele estivesse envolvido em um “racha”. Carro da família explodiu

    Por Plox

    16/01/2021 13h21 - Atualizado há cerca de 3 anos

    Alexsandro Felipe Domingues, de 46 anos, é apontado pela polícia como o responsável por uma tragédia, ocorrida na noite dessa sexta-feira (15), no bairro Caiçara, na Região Noroeste da capital mineira, Belo Horizonte. O carro conduzido por ele estaria participando de uma disputa de velocidade pelas ruas da cidade, quando atingiu um automóvel com uma família.
    Uma mulher e o filho, de 10 anos, foram arremessados para fora do veículo. Os dois outros ocupantes, o avô e a neta, de 14 anos, ficaram presos às ferragens e morreram tomados pelas chamas do carro que explodiu.
     

    Veículo da família explodiu após bater em uma árvore — Foto: Reprodução/TV Globo


    A mulher e o garoto foram encaminhados para o pronto socorro do Hospital João XXIII. O estado dela é grave. O menino teria quebrado uma das pernas.

     

    Testemunhas disseram à PM que o motorista do automóvel Mercedes CLA 200 conduzia em alta velocidade — Foto: Reprodução/TV Globo

     

    As vítimas seguiam em um automóvel Volkswagen Parati. Segundo declarações de outros motoristas que trafegavam pela Avenida Presidente Carlos Luz , um automóvel Mercedes CLA 200, que seguia em alta velocidade, fazendo disputa de velocidade com outro carro, atingiu o carro com a família. O veículo com as vítimas rodou na pista e atingiu uma árvore no canteiro central e, em seguida, explodiu.

     

    Foto: Reprodução/TV Globo

     

    Com o impacto, uma roda  da Mercedes CLA 200 se soltou e foi arremessada na pista. Como o homem que dirigia o veículo importado apresentava sinais de embriaguez, conforme avaliação dos militares, ele foi submetido ao teste, que confirmou. Ainda segundo os militares, a carteira de habilitação dele está vencida.

     

     

    Segundo a PM, o teste do bafômetro confirmou presença de álcool no sangue do motorista do Mercedes — Foto: Reprodução/TV Globo



    Casos de irresponsabilidade de motoristas nos fins de semana são comuns
    Durante os fins de semana são comuns os avistamentos de carros potentes circulando por ruas locais em alta velocidade. Vários motoristas, após beberem e perderem o senso de lógica, pegam seus carros e os conduzem em alta velocidade e outras formas de direção perigosa.

    Curiosamente, no mesmo horário em que ocorria o acidente em Belo Horizonte, a reportagem do Plox presenciou um automóvel Mercedes CLA 200, da mesma cor, passando em alta velocidade, pela praça do bairro Cidade Nobre em Ipatinga. 
    Caso o motorista perdesse o controle direcional, ele poderia atingir uma calçada onde varios clientes de um restaurante estavam sendo atendidos.

     

    Cerveja virou “droga social”

    O professor de neurologia da Faculdade de Medicina da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e presidente da Sociedade Brasileira de Alcoologia, José Mauro Braz, publicou partes de seu estudo sobre o problema do aumento do consumo da cerveja no Brasil e fez alerta. Especialistas em dependência química veem a cerveja como um problema sério de saúde pública, afetando cada vez mais jovens. Embora seja a cerveja uma droga altamente destrutiva, ela se camufla e é aceita no seio das família como “uma boa menina”.  As altas quantias gastas pelos fabricantes com marketing vão associando o consumo dessa droga como algo até benéfico. A cerveja acaba tendo  "privilégios" quando comparada a outras bebidas alcoólicas no Brasil. A lei 9.294, de 1996, proibe propaganda de bebidas alcoólicas, mas permite a propaganda de cerveja. Fabricantes "investem" para que a lei assim permaneça: "consideram-se bebidas alcoólicas, para efeitos desta Lei, as bebidas potáveis com teor alcoólico superior a 13 graus Gay Lussac."

     

    Imagem: iStock


    O professor explica que as cervejas no Brasil têm teor alcoólico de 5%, em média. Então essas bebidas ficam livres para se maquiarem de “coisa boa” e causar sérios danos, como qualquer outra droga. "Isso é enganoso, não é uma bebida leve. A cerveja é uma bebida alcoólica como outra qualquer. E outro aspecto: é a bebida mais consumida por jovens e pelas mulheres", alerta Braz.
    Para o especialista, a cerveja deveria entrar na mesma lista de proibição. "Cachaça, vodca e vinho não têm mais propaganda. Mas cerveja não só tem liberação, como patrocina eventos como o Carnaval, fazendo uma associação dela a festas. O Brasil é um país que bebe muito. Somos um dos maiores consumidores de álcool, com destaque para cerveja", afirma o cientista.
    Os investimentos em propaganda também agem no meio cultural, no cinema e na música, por exemplo. A “cantora” Marília Mendonça é um dos expoentes das “músicas para beber”. Em seus depoimentos, ela comemora o sucesso e está entre os artistas que mais faturam. A sua voz  “descolocada” e letras para as quais o curso primário já dá compreensão total, nem tentam esconder o alvo da busca do sucesso imediato. Mas ela é apenas mais um dos produtos dessa seara de fácil colheita, num ambiente que tem visto mudanças de comportamento, onde as moças antigamente cozinhavam como as mães e “hoje bebem como os pais”. Mais que isso, os pais bebiam em copos, mas elas bebem nos bicos das garrafas.      

    Jovens estão sendo os mais afetados
    De acordo com o  Ministério da Saúde, foram 35.222 pessoas internadas por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool em 2019. Desse total, 2.614 tinham entre 20 e 29 anos e  493 tinham entre 15 e 19 anos.
    Ainda segundo o  Ministério da Saúde, o uso abusivo de álcool entre os homens é mais frequente na faixa etária de 25 a 34 anos (34,2% do total) e entre as mulheres nas idades de 18 a 24 anos (18%).

    "Outros países que têm consumo de álcool dão informação sobre a questão dos riscos, além das campanhas de uso e conscientização. A gente não pode fazer do álcool um demônio, não estamos fazendo uma demonização. Mas não pode fazer apologia como o Brasil faz de banalizar o consumo, como nós vemos aí. Isso afeta especialmente nossos jovens", diz o professor Braz.

    Acidentes, desentendimentos familiares, doenças causadas pelo alcoolismo e outras tragédias se escondem por trás um copo de cerveja. A necessidade de ser aprovado socialmente leva muitos a consumirem e entrarem no comportamento mediano, medíocre e disforme, mas que lhes trazem o sentimento de aceitação e aprovação de seu grupo de “amigos”. 
    A falta de siso parece ser compensada pelo sorriso da turma em fotos para as redes sociais que, felizmente, não transmitem o hálito.


     

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