Alerta: índice de infestação do Aedes aegypti está em 7,4% em Ipatinga
O índice chegou a 12,8% em alguns bairro, como Bom Jardim, Ferroviários, Horto, região industrial e da Usipa; a infestação acima de 4% já sinaliza alto risco de transmissão
Por Plox
16/01/2024 18h27 - Atualizado há cerca de 1 ano
O índice geral de infestação do mosquito que transmite os vírus da dengue, chikungunya e zika está em 7,4% em Ipatinga. Foi o que revelou o resultado Lira (Levantamento de Índice Rápido de Aedes Aegypti), feito entre os dias 08 e 12 de janeiro. A situação é preocupante já que em alguns bairros, o índice está em 12,8%. A infestação acima de 4% já sinaliza alto risco de transmissão. O que pode ser percebido pela explosão de casos nos últimos meses. Segundo a Secretaria de Saúde, de dezembro a janeiro Ipatinga registrou cerca de 1.400 casos de dengue e chikungunya. Considerando todo o ano de 2023, foram cerca de 20.500 casos de pessoas infectadas com uma das duas doenças na cidade. No dia 05, a prefeitura decretou situação de emergência pelo alto índice de infestação do mosquito aedes aegypti e iminente perigo à saúde pública.
Situação por região
O novo LIRAa aponta os bairros com maior infestação: Bom Jardim, Ferroviários, Horto, região industrial e da Usipa - 12,8%; Veneza - 10,3%; Esperança e Ideal - 10%; Granjas Vagalume e Bethânia - 8,5%; Caravelas e Jardim Panorama - 8,2%; Cidade Nobre e Iguaçu - 7,2%; Limoeiro, Chácaras Madalena, Córrego Novo, Barra Alegre e Chácaras Oliveira - 7,1%; Imbaúbas, Bom Retiro, Bela Vista, Bairro das Águas, Cariru, Castelo, Vila Ipanema, Centro, Novo Cruzeiro, Parque Ipanema - 5,6%; Vila Celeste - 5,5%; Tiradentes e Canaã - 3,6%; Canaãzinho e Vila Militar - 2,1%.
Segundo a Secretaria de Saúde, o fumacê e as ações do mutirão estão focados nas áreas com maior perigo de transmissão. Um efetivo, com mais de 250 servidores, está em ação para limpar a cidade de tudo que possa armazenar água e servir como criadouro de larvas. O mutirão trabalha em várias frentes de limpeza de córregos e lotes vagos, visitas domiciliares e recolhimento de materiais inservíveis.
O levantamento mostrou que 80% dos focos foram encontrados dentro dos domicílios, apontando para a necessidade de cuidados redobrados e colaboração de toda a população.
Criadouros mais encontrados
Depósitos Móveis (vasos/frascos, pratos, bebedouros) – 37,6%; Lixo (recipientes plásticos, garrafas, latas, sucatas em ferro velho) – 29,8%; Depósitos nível do solo (barril, tinta, tambor, tanque, poço) – 12%; Depósitos Fixos (borracharias, calhas, lajes) – 10,2%; Pneus e outros materiais rodantes (passíveis de remoção) – 7,6%; Depósitos Naturais – 1,6%; Depósitos Elevados (caixas d’água) – 1,3%.

Estrutura de atendimento na saúde
A prefeitura está adotando outras ações de urgência na área de saúde e reforçando a estrutura de atendimento. Para socorrer os pacientes e atender pessoas com possíveis sintomas, o governo municipal instalou a UPA Sentinela, anexa à UPA24h. No local, que começa a funcionar nesta sexta-feira (19), serão atendidos pacientes com pulseiras verdes, a maioria com sintomas de arboviroses.
Outra medida adotada e que também passa a funcionar a partir desta sexta-feira é uma unidade de referência para o atendimento para as arboviroses, no caso a UBS do bairro Cidade Nobre, que funcionará 12 horas por dia, todos os dias da semana, inclusive aos domingos. A Unidade de referência possuirá médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. As duas unidades direcionadas ao atendimento das arboviroses têm capacidade para atender em média 140 pessoas/dia. Todas as outras Unidades Básicas de Saúde continuam com os atendimentos normais.
A Secretaria Municipal de Saúde salienta que a cidade de Ipatinga é referência em Saúde na microrregião e recebe pacientes de 13 municípios. Assim, com o aumento das arboviroses, o número de casos vindos de outras cidades também aumentou e acaba sobrecarregando o sistema de saúde local. Por isso, é essencial que os municípios vizinhos também intensifiquem as ações de combate ao Aedes Aegypti.
O secretário municipal de Saúde, Walisson Silva Medeiros, acentua que o momento requer atenção redobrada de toda a população: “Nós precisamos ressaltar que 80% dos focos de larvas foram encontrados dentro das residências. Então, é necessário que cada um faça sua parte, eliminando a água parada e não permitindo que os mosquitos se espalhem pela cidade”, reforçou.