Polícia

Polícia prende Norberto Mânica, condenado pela chacina de Unaí, no Rio Grande do Sul

Mandante do crime que marcou o combate ao trabalho escravo estava foragido desde setembro de 2023.

16/01/2025 às 11:24 por Redação Plox

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul realizou a prisão de Norberto Mânica, nesta quarta-feira (15/01), em Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha. Mânica, condenado a 64 anos de prisão por ser um dos mandantes da "Chacina de Unaí", foi encontrado em uma área remota do município, próxima à divisa com Gramado. O crime ocorreu em 2004 e vitimou três fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho, em um caso que gerou repercussão nacional.

Foto: Reprodução de vídeo

De acordo com o delegado Fábio Idalgo Peres, investigações indicaram que Norberto estava escondido na região. O condenado foi localizado e preso sem oferecer resistência. No momento da abordagem, ele estava sem documentos e tentou ocultar sua identidade fornecendo informações falsas. No entanto, após diligências e cruzamento de dados, ele confessou ser o alvo do mandado de prisão.

Histórico e condenação
Norberto Mânica foi sentenciado a 64 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado e formação de quadrilha, em um processo que já transitou em julgado, ou seja, sem possibilidade de recursos. Em setembro de 2023, a Justiça de Minas Gerais havia ordenado a prisão imediata dele e de seu irmão Antério Mânica, também condenado pelo mesmo caso.

A chacina de Unaí e seu impacto
Na manhã de 28 de janeiro de 2004, uma equipe do Ministério do Trabalho, formada pelos fiscais Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares, Nelson José da Silva, e o motorista Aílton Pereira de Oliveira, foi emboscada em uma estrada de terra em Unaí (MG). Eles realizavam visitas de rotina a propriedades rurais na região, investigando denúncias de trabalho escravo.

O grupo foi surpreendido por homens armados, que atiraram à queima-roupa, matando os quatro servidores. O caso ficou conhecido como a "Chacina de Unaí" e se tornou um marco no combate ao trabalho escravo no Brasil, culminando na criação do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, em memória das vítimas.

Relembre as investigações
A apuração dos assassinatos apontou que os irmãos Norberto e Antério Mânica, fazendeiros influentes da região, foram os mandantes do crime. A motivação estaria ligada à fiscalização que denunciava o uso de trabalho escravo em suas propriedades. A condenação de ambos foi vista como uma vitória simbólica contra a impunidade em casos relacionados a direitos trabalhistas e exploração rural.

Agora sob custódia, Norberto Mânica deve cumprir sua sentença, encerrando um capítulo de quase duas décadas de impunidade.

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