Câncer Colorretal: Prevenção e avanços no tratamento elevam taxas de cura

O câncer colorretal, que inclui tumores no intestino grosso e no reto, representa uma das principais causas de morbidade e mortalidade no Brasil, posicionando-se como o terceiro tipo de câncer mais frequente no país. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2023, foram registrados cerca de 1,1 milhão de novos casos em homens e 865 mil em mulheres, evidenciando uma predominância ligeiramente maior entre o sexo masculino. Esse cenário reforça a importância de políticas de saúde voltadas para a prevenção e o tratamento eficaz da doença.

Aumento nas Internações e a Importância da Prevenção

Uma pesquisa desenvolvida por entidades como a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) aponta para um aumento significativo de 64% no número de internações por câncer de intestino nos últimos dez anos. Diante desses números alarmantes, especialistas ressaltam a necessidade de adotar medidas preventivas e de diagnosticar a condição o mais cedo possível.

Dr. Thiago Assunção, oncologista do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC), destaca os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer colorretal, como a idade avançada, o consumo excessivo de carnes vermelhas e alimentos processados, obesidade, uso de álcool e tabaco, além de histórico familiar e presença prévia de pólipos. Síndromes genéticas-hereditárias também estão entre as causas.

Sintomas e Prevenção

Muitos pacientes podem não apresentar sintomas nos estágios iniciais do câncer colorretal, o que torna os exames preventivos, como a colonoscopia, fundamentais para um diagnóstico precoce. Entre os sintomas mais comuns estão alterações nos hábitos intestinais, sangue nas fezes, desconforto abdominal, perda de peso inexplicável, fadiga e fraqueza. Para prevenir a doença, recomenda-se a prática regular de atividade física, uma dieta rica em vegetais, grãos integrais e fibras, e a realização periódica de exames indicados pelo médico.

Evolução dos Tratamentos e Perspectivas Futuras

Nos últimos anos, observou-se uma evolução significativa nos tratamentos do câncer colorretal, com avanços na imunoterapia e no uso de pesquisas de DNA tumoral circulante. Essas inovações permitem uma melhor estratificação dos pacientes e a personalização dos tratamentos, resultando em taxas de cura superiores a 95% para casos identificados precocemente. "Os cânceres colorretais tiveram avanços em seu tratamento nos últimos anos. Hoje, conseguimos estratificar melhor os pacientes com base nos seus perfis moleculares e indicar tratamentos personalizados, direcionados para alterações específicas. Se identificados precocemente, temos taxas de cura superiores a 95%", enfatiza Dr. Thiago Assunção, destacando a importância do diagnóstico precoce e da prevenção para o combate eficaz à doença.