Suplementos e vitaminas: quando o excesso ameaça a saúde
Especialistas alertam sobre os riscos da automedicação com suplementos alimentares e vitaminas sem orientação médica.
Por Plox
16/03/2024 08h01 - Atualizado há 10 meses
A busca por uma vida mais saudável leva muitas pessoas a consumirem suplementos alimentares e vitaminas sem a devida orientação de um profissional de saúde. Essa prática, apesar de comum, pode trazer riscos significativos à saúde, incluindo problemas graves em órgãos como fígado e rins, e em casos extremos, pode resultar em morte. Recentemente, um caso de hipercalcemia fatal, decorrente do consumo excessivo de vitamina D, reacendeu o debate sobre os perigos da suplementação descontrolada.
Riscos e Consequências
Vitaminas e suplementos alimentares, diferentemente dos medicamentos, são vendidos sem a necessidade de prescrição médica. Muitas vezes, as pessoas iniciam seu consumo baseadas em recomendações de amigos ou informações encontradas na internet, sem considerar suas necessidades nutricionais específicas. A endocrinologista Marise Lazaretti Castro, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), enfatiza o perigo dessa abordagem. Segundo ela, a falta de orientação profissional pode levar ao consumo de polivitamínicos que, ao invés de beneficiar, acarretam excesso de outras vitaminas, como a vitamina A, quando o objetivo é suplementar vitamina D, por exemplo.
Sinais de Alerta
Os sintomas de intoxicação por vitaminas e suplementos podem variar desde desconforto intestinal e vômitos até fadiga. Excessos específicos, como de vitaminas do complexo B, podem causar formigamento e coceiras na pele, além de elevar a pressão arterial. Já o consumo exagerado de vitamina C está associado à formação de cálculos urinários, sobrecarregando os rins.
Orientações dos Especialistas
Perante o aparecimento de sintomas, a recomendação é cessar imediatamente o uso dos suplementos e procurar avaliação médica. Alvaro Pulchinelli, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), adverte que nem sempre o suplemento é diretamente o culpado, mas é crucial uma investigação detalhada, que pode incluir exames de sangue e urina, para identificar uma possível overdose.