Bolsonaro diz que continuará sendo problema para o STF 'preso ou morto'
Ex-presidente afirma que já tem votos suficientes para aprovar anistia aos condenados do 8 de Janeiro
Por Plox
16/03/2025 14h54 - Atualizado há 3 meses
Durante uma manifestação realizada neste domingo (16) na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, independentemente de estar 'preso ou morto', continuará sendo um problema para o Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi dada no evento 'Anistia Já', onde ele também garantiu que já possui apoio parlamentar suficiente para aprovar a anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro.

Bolsonaro enfatizou que, se estivesse no Brasil na data dos ataques às sedes dos Três Poderes, poderia estar preso ou até mesmo morto. O ex-presidente ainda criticou as penas impostas pelo STF aos manifestantes detidos e sugeriu que as altas condenações teriam o objetivo de justificar uma futura sentença contra ele.
– O que eles querem é uma condenação. Se é 17 anos para as pessoas humildes, é para justificar 28 anos para mim. Não vou sair do Brasil – afirmou Bolsonaro.
Na manifestação, ele reforçou seu apoio ao projeto de anistia, alegando que diversos 'patriotas' deixaram o país para fugir da perseguição do STF. O ex-presidente discursou ao lado de familiares de Cleriston Pereira da Cunha, um dos manifestantes presos em janeiro de 2023 e que morreu na Penitenciária da Papuda, em Brasília, em novembro do mesmo ano.
Além disso, Bolsonaro destacou que a oposição ao governo Lula já teria os votos necessários para aprovar o projeto de anistia na Câmara dos Deputados e, caso o presidente vete a proposta, afirmou que o Congresso irá derrubar o veto.
– Já temos votos suficientes para aprovar na Câmara. Nós seremos vitoriosos. Nós veremos aparecer a Justiça. Se não é para aquele outro Poder que existe para isso, pelo Poder Legislativo. Até se o Lula vetar, nós derrubaremos o veto – declarou o ex-presidente.
Outro ponto abordado no discurso foi uma recente conversa entre Bolsonaro e Gilberto Kassab, presidente do PSD. Segundo o ex-presidente, Kassab teria garantido o apoio das bancadas do partido no Congresso à anistia, apesar de o PSD integrar a base do governo Lula e ocupar três ministérios.
– Eu inclusive, há poucos dias, tinha um velho problema e resolvi com o Kassab em São Paulo. Ele está ao nosso lado, com a sua bancada, para aprovar a anistia em Brasília – afirmou Bolsonaro.
O evento reuniu apoiadores do ex-presidente, que reivindicavam a libertação dos condenados pelos atos de 8 de janeiro, e reforçou a oposição de Bolsonaro ao STF e ao governo federal.