Será que influenciadores felizes são tão felizes mesmo?

Whindersson Nunes é mais um famoso que pede ajuda para superar a tristeza que acompanha o estrelato nas mídias digitais

Por Plox

16/04/2019 14h49 - Atualizado há cerca de 5 anos

Muitos sorrisos, festas badaladas e todo o tipo de luxo. Tudo parece um grande conto de fadas na vida da maioria dos famosos nas redes sociais, não é verdade? Talvez não. Isso, porque nem sempre aquilo que os artistas andam publicando em suas redes sociais retratam a vida real. 


Alguns exemplos são Pedro Bial, Paula Fernandes e até Anitta. Todos eles relataram sofrerem de depressão. O caso mais recente foi do humorista e youtuber Windersson Nunes, que na semana passada falou abertamente em quase 20 tweets sobre a tristeza que sentia, tirando até sua vontade de viver. Parecia algo bem contraditório, já que o jovem ficou famoso exatamente pela alegria e bom humor. A situação só provou que o sucesso, o dinheiro e os likes não são suficientes para tapar o vazio que sente.

Windersson Nunes e a depressão

Youtuber Windersson Nunes relatou vazio e falta de vontade de viver- Foto: Reprodução/YouTube


A neuropsicanalista Priscila Gasparini Fernandes comenta sobre uma pesquisa que compara a necessidade de aprovação nas redes sociais com o uso de entorpecentes. "Existem estudos que mostram que os likes nas redes sociais estimulam os neurotransmissores do prazer. Assim, a internet funciona como um vício semelhante ao uso de drogas”. 
 

 

Hoje em dia, muitos querem virar celebridades, e por sorte (ou azar), por conta de um vídeo, de um post, são alçados ao estrelato do dia para a noite. Porém, muitos conseguem apenas ‘15 minutos de fama’ e naufragam na carreira no ambiente da web. O fracasso é algo comum na internet, mas não é mostrado com a mesma amplitude que o sucesso.

Twitter

Conforme o professor do curso de Mídias Sociais Digitais da Faculdade Belas Artes, Tiago Sousa, "as pessoas acreditam que ser influência é um jeito fácil de ganhar dinheiro, mas existe muita pressão por resultado, a vida não para nunca e as relações interpessoais são muito superficiais”. 


Foi exatamente essa superficialidade que Windersson reclamava, já, que segundo ele, sempre havia gente o rodeando, na tentativa de levar vantagem em cima de seu sucesso.

Twitter


Priscilla observa que a equipe de marketing do artista pode camuflar a depressão indo pelo lado oposto ao que mostra a doença: fazendo publicações alegres, descontraídas e de bons momentos. Mas, é possível perceber mudanças de humor, o que sugeriria que o próprio artista que estaria publicando no perfil. 


A profissional ainda destaca que as próprias publicações podem indicar problemas ocultos, como a alternância de posts mito alegres, com momentos de desabafo. “Essa oscilação de humor e de sentimentos pode ser o sinal de um pedindo ajuda”, alerta. 


A depressão pode vir à tona em momentos de muito estresse e de pouco lazer, em que a falta de um passatempo e de convívio com pessoas queridas acaba acarretando na doença.

Atualizada às 17h22

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