Braga Netto recebe Sóstenes na prisão e celebra projeto de anistia

Líder do PL visita general detido por suposta tentativa de golpe e entrega livro religioso

Por Plox

16/04/2025 10h47 - Atualizado há 12 dias

Preso desde dezembro de 2024, o general da reserva Walter Braga Netto recebeu na 1ª Divisão do Exército, localizada na Vila Militar no Rio de Janeiro, a visita do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara. Foi a primeira vez que alguém de fora da família teve autorização para visitar o ex-ministro da Defesa.


Imagem Foto: Agência Brasil


Durante o encontro, que durou cerca de 40 minutos, Braga Netto parabenizou Sóstenes pela articulação em torno do projeto de urgência para a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. O general, segundo o deputado, acompanhava o noticiário pelos canais de TV disponíveis na unidade onde está recluso.



Além da conversa sobre política e o andamento da proposta de anistia, Sóstenes compartilhou momentos de espiritualidade com Braga Netto, rezando com ele o Pai-Nosso e presenteando o general com o livro “Uma Vida Com Propósitos – Por Que Estou na Terra?”, do pastor norte-americano Rick Warren, obra que propõe reflexões religiosas e existenciais ao leitor.



Durante a visita, Braga Netto relatou ao parlamentar que considera injusta sua prisão. Ele está detido há 122 dias, acusado de obstrução de justiça na investigação da tentativa de golpe de Estado. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a prisão com base em trocas de mensagens e ligações entre o general e Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid. A defesa, no entanto, afirma que as comunicações partiram de Lourena, e que Braga Netto nunca ouviu qualquer menção à palavra “golpe” nas reuniões que participou.



Braga Netto também comentou com Sóstenes que está mantendo uma rotina de exercícios físicos, o que lhe teria feito perder entre um e dois quilos. Ainda segundo o deputado, o general não possui privilégios na prisão, está em um espaço com quarto e banheiro simples e se alimenta da mesma comida fornecida aos militares.



A visita aconteceu após autorização do ministro Moraes, que permitiu a presença de políticos em grupos de até três pessoas, entre as 14h e 16h. Na próxima quinta-feira (17), estão previstas visitas dos senadores Damares Alves (Republicanos-DF) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS).



A Procuradoria-Geral da República incluiu Braga Netto entre os oito réus principais denunciados por envolvimento na tentativa de golpe. A acusação aceita pelo STF no fim de março sustenta que o general teria participado de uma reunião em sua residência com militares ligados a grupos de forças especiais, conhecidos como “kids pretos”, onde teriam apresentado um plano para instaurar um novo governo. A denúncia também o liga à chamada “Operação Punhal Verde e Amarelo”, supostamente criada para assassinar autoridades como Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin.



Em resposta, a defesa de Braga Netto classificou a denúncia como “ilógica e fantasiosa”. Os advogados afirmaram em documento ao Supremo que a peça “se assemelha a um filme ruim, com furos no roteiro e afirmações sem lógica”, destacando inclusive que em um dos trechos há a menção à prisão de uma pessoa já falecida, o que, para eles, invalida a consistência da acusação.


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