Carol De Toni aciona TCU por compra polêmica do Banco Master pelo BRB
Deputada federal quer investigação sobre possível manobra para evitar quebra do Banco Master e proteger o FGC
Por Plox
16/04/2025 14h32 - Atualizado há 3 meses
A deputada federal Carol De Toni, do PL de Santa Catarina e atual líder da Minoria na Câmara, decidiu formalizar uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo a apuração da compra do Banco Master pelo BRB, o Banco de Brasília. A operação, segundo ela, pode ter servido como um artifício para evitar a quebra do Master e impedir o acionamento do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mecanismo criado para proteger os valores depositados pelos clientes em caso de falência de instituições financeiras.

A denúncia da parlamentar é embasada por informações divulgadas em veículos como o Money Times e o E-Investidor, do Estadão, que apontam que o Banco Master havia captado aproximadamente R$ 49 bilhões em Certificados de Depósito Bancário (CDBs), uma quantia que representa cerca de 96% de toda a cobertura do FGC para esse tipo de título. Para conseguir esse volume, o banco vinha oferecendo rendimentos muito superiores à média do mercado, o que poderia ter mascarado sérios problemas internos de liquidez e solvência.
Carol De Toni chamou atenção para a gravidade da situação, apontando que o risco não se limita à falência de uma instituição privada. Segundo ela, caso o FGC fosse convocado de forma emergencial, instituições estatais como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil — que são integrantes do fundo — teriam que realizar aportes vultosos, o que acabaria gerando impacto direto nas contas públicas e no equilíbrio fiscal do país.
Em sua fala, a deputada foi enfática ao criticar a postura adotada pelo Banco Central, que, segundo ela, foi omisso diante da expansão exagerada do Master. A parlamentar destacou que os ativos da instituição estavam fortemente concentrados em recebíveis considerados de alto risco, e que faltou ação da autoridade monetária para frear essa escalada.
“O BC falhou. Essa negligência compromete a credibilidade do sistema, pode provocar crise de confiança, encarecimento do crédito e instabilidade econômica”, afirmou Carol.
A representação protocolada por ela pede que o TCU avalie a legalidade da compra, investigue a atuação do Banco Central e verifique possíveis riscos ao patrimônio público. Caso sejam encontradas irregularidades, a deputada solicita que os responsáveis sejam identificados e responsabilizados.
“É uma bomba-relógio montada com o dinheiro de milhares de brasileiros. Em vez de uma intervenção transparente, resolveram tudo nos bastidores com uma compra apressada feita por um banco controlado pelo governo do Distrito Federal. Isso precisa ser investigado com urgência”, alertou.
Na conclusão de sua manifestação, Carol De Toni criticou o governo federal, afirmando que não permitirá que ações como essa sejam encobertas com verba pública.
“Não vamos permitir que operações arriscadas sejam varridas para debaixo do tapete com dinheiro público. O governo Lula pode até tentar esconder, mas nós vamos expor e cobrar. O povo brasileiro tem o direito de saber e ser protegido dessas jogadas perigosas”, declarou.
O caso agora deve ser analisado pelo TCU, que decidirá os próximos passos da investigação sobre essa controversa aquisição no setor financeiro.