Erika Hilton denuncia transfobia após visto masculino para os EUA

Deputada brasileira cancelou viagem e afirmou que acionará ONU contra decisão do governo Trump

Por Plox

16/04/2025 10h37 - Atualizado há 9 dias

A deputada federal Erika Hilton anunciou o cancelamento de uma viagem aos Estados Unidos após receber um visto com identificação de gênero masculina. A parlamentar, que é transexual, acusou o governo norte-americano de violar seus registros civis e declarou que irá recorrer à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.


Imagem Foto: Câmara dos Deputados


Segundo Erika, a situação ultrapassa o limite de uma simples questão burocrática, representando um ato de desrespeito e agressão à sua identidade civil. Ela afirmou que seus documentos brasileiros, que constam nome e gênero feminino, foram desconsiderados pelas autoridades americanas.


– Não se trata apenas de um caso de transfobia. Se trata de um documento sendo rasgado sem o menor tipo de pudor e compromisso. Irei acionar o presidente [dos EUA] Donald Trump judicialmente na ONU e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Queremos que o Itamaraty chame o embaixador para dar explicações – declarou a deputada, conforme publicado pela Folha de S.Paulo.



Erika explicou que sua decisão de não embarcar foi motivada pelo receio do tratamento que poderia enfrentar ao desembarcar nos Estados Unidos. Ela afirmou ter sentido medo, pois o nome registrado era feminino, mas o gênero indicado no visto estava como masculino.


– Senti medo, para ser sincera. E não aceitei me submeter a esse tipo de coisa. Achei que não merecia, mesmo perdendo uma atividade importante a qual eu gostaria muito de participar, não deveria me submeter a tamanha violência e desrespeito como esse – disse.



A parlamentar também direcionou críticas diretas ao presidente dos EUA, Donald Trump, a quem chamou de “doente” e “alucinado”. Erika relatou que, em 2023, conseguiu obter um visto com o gênero correto, mas que, após o início do novo mandato do republicano, uma ordem executiva passou a reconhecer apenas os gêneros de nascimento.


Me senti violada, desrespeitada e senti as competências do meu país sendo invadidas por uma pessoa completamente alucinada, um homem doente que ocupou a presidência da República dos EUA e se sente dono da verdade. Meus documentos civis brasileiros foram desrespeitados

, declarou.


A deputada agora aguarda ações diplomáticas por parte do Itamaraty e reforça seu apelo para que o episódio não seja ignorado pelas autoridades brasileiras diante do que ela considera uma grave violação dos direitos civis.


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