Exportações de Minas para os EUA quebram recorde histórico no 1º trimestre
Minas Gerais exporta US$ 1,1 bilhão para os EUA entre janeiro e março de 2025, com destaque para o café não torrado
Por Plox
16/04/2025 11h26 - Atualizado há 9 dias
Minas Gerais alcançou um marco inédito nas relações comerciais com os Estados Unidos no primeiro trimestre de 2025. Entre janeiro e março, o estado exportou o equivalente a US$ 1,1 bilhão em produtos para o país norte-americano, o maior montante registrado para o período desde o início da série histórica do Comex Stat, em 1997.

Em relação ao mesmo intervalo de 2024, o crescimento foi de 8,8%. Um dos principais motores dessa alta foi o café não torrado, que sozinho representou 41,5% dos embarques. As vendas do grão somaram US$ 465,8 milhões, com um salto de 40% em comparação ao ano anterior. A valorização do produto, segundo Verônica Winter, analista de Negócios Internacionais da Fiemg, se deve à escassez global da commodity.
Outros itens de destaque na pauta de exportações mineiras para os Estados Unidos incluem o ferro fundido, que rendeu US$ 193,9 milhões, e produtos semimanufaturados de ferro ou aço, com US$ 45,7 milhões.
As importações de produtos norte-americanos também atingiram seu maior nível histórico no período, totalizando US$ 552,6 milhões – um avanço de 17,9% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. O item mais importado por Minas Gerais foram partes de turborreatores, que representaram 19,1% do total, com US$ 105,7 milhões.
Dessa forma, a corrente de comércio entre Minas Gerais e os Estados Unidos bateu recorde, alcançando US$ 1,7 bilhão nos três primeiros meses de 2025 – um crescimento de 11,6% na comparação anual.
Apesar dos resultados expressivos, o setor industrial está atento às recentes medidas protecionistas do governo de Donald Trump, que impôs tarifas de 10% sobre produtos brasileiros e 25% sobre aço, alumínio e autopeças. A Fiemg, no entanto, mantém uma visão otimista quanto às negociações para amenizar os efeitos dessas taxas.
Verônica Winter lembra que no primeiro mandato do presidente norte-americano, entre 2017 e 2021, houve pressões internas de empresas dos EUA para flexibilização das medidas. A expectativa é de que esse cenário se repita. Caso contrário, o setor mais impactado poderá ser o siderúrgico, que teria de buscar novos mercados. Por outro lado, a indústria automotiva e o setor cafeeiro devem conseguir manter sua estabilidade diante das novas tarifas.
Com recordes de exportação, importação e volume total da corrente bilateral, Minas Gerais consolida sua importância no comércio exterior brasileiro, mesmo em meio a incertezas políticas e econômicas no cenário internacional.