Reitores de universidades federais de PE cobram mais verbas do governo
Encontro entre representantes das instituições revelou queda significativa no orçamento e impactos no funcionamento acadêmico
Por Plox
16/04/2025 09h05 - Atualizado há 9 dias
Reitores das quatro universidades federais de Pernambuco se reuniram nesta terça-feira (15) para discutir os desafios orçamentários enfrentados pelas instituições em 2025. O encontro teve como foco principal os cortes nos repasses federais e os impactos no funcionamento das universidades.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), representada pelo reitor Alfredo Gomes, foi uma das que demonstrou maior preocupação. Ele informou que o orçamento aprovado para a UFPE em 2025 foi de R$ 170 milhões, valor inferior ao previsto inicialmente na Lei Orçamentária Anual, que era de R$ 178 milhões. Em 2024, a instituição havia recebido R$ 213 milhões — uma diferença de R$ 43 milhões a menos em comparação com o ano anterior.
Pelas redes sociais, Alfredo destacou que 24% do orçamento da universidade é destinado ao pagamento de bolsas e à manutenção dos restaurantes universitários. Os demais 76% são utilizados para o funcionamento geral da instituição. Segundo ele, o corte orçamentário compromete diretamente essas áreas essenciais e agrava uma situação que já se arrasta há anos. A UFPE afirma que nos últimos 11 anos houve uma redução de mais de R$ 40 milhões em seu orçamento, mesmo com o crescimento da comunidade acadêmica.
Além de Gomes, participaram do encontro os reitores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Maria José de Sena, da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape), e da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Telio Nobre Leite. Os gestores relataram que as instituições vêm enfrentando dificuldades para manter projetos de ensino, pesquisa e extensão devido à limitação de recursos.
Durante a reunião, alguns reitores usavam bonés com frases pedindo mais verba para as universidades, em um gesto simbólico de protesto. O grupo reforçou que a queda no financiamento compromete diretamente a qualidade do ensino superior público no estado.
A reportagem procurou o Ministério da Educação para comentar a situação, mas não obteve resposta até o momento.
A mobilização dos reitores pernambucanos é parte de uma articulação maior das instituições federais em todo o país, que cobram do governo federal um orçamento condizente com a crescente demanda e os desafios da educação pública.