Na última segunda-feira (14), uma mulher de 25 anos denunciou o advogado João Neto por agressão após um desentendimento ocorrido no apartamento onde o casal morava. Segundo a vítima, ela foi empurrada por João enquanto ele tentava forçá-la a deixar o imóvel. O impacto da queda provocou um ferimento profundo no queixo, exigindo atendimento médico e três pontos em um hospital de Maceió.
A mulher relatou à polícia que estava deitada no quarto, quando João entrou, começou a reclamar e a ordenou que ela saísse do local. O advogado teria então alertado prestadores de serviço que se encontravam no imóvel que seriam testemunhas da ação. Na sequência, ele a puxou da cama, ignorando os pedidos para que não a tocasse.
Imagens do caso e relato de testemunha
A dinâmica foi parcialmente registrada por câmeras de segurança internas e externas do prédio. O vídeo, publicado nas redes pelo deputado estadual e delegado Leonan Pinheiro (União Brasil), mostra a mulher saindo do apartamento com o queixo ensanguentado, enquanto João tenta estancar o sangramento com um pano.

Uma testemunha que prestava serviço no local confirmou à polícia que ouviu o advogado manifestar a intenção de expulsar a companheira. Segundo a vítima, após ser arrastada até a porta, ela tentou resistir, mas acabou escorregando no piso liso e molhado, caindo ao chão junto com João. O advogado também caiu, segundo o próprio depoimento.
Histórico de violência relatado pela vítima
Durante o depoimento à polícia, a mulher afirmou que essa não foi a primeira vez que sofreu agressões por parte do então companheiro, com quem vivia em união estável há dois anos. Ela mencionou um episódio ocorrido em outubro de 2024, em que teria sido empurrada e batido a cabeça na cabeceira da cama. Também relatou ter sido enforcada, chutada, ameaçada com arma de fogo e agarrada pelo pescoço em outras ocasiões.
A Polícia Civil solicitou medidas protetivas, que foram aceitas pela Justiça. Agora, João deve manter distância mínima de 500 metros da vítima e está proibido de realizar qualquer tipo de contato com ela. O juiz Rodolfo Osório Gatto converteu a prisão em flagrante em preventiva e determinou a suspensão do porte e posse de armas do acusado, citando os vídeos como provas dos ferimentos.
Defesa nega agressões e fala em acidente
Por meio de nota, os advogados de João Neto — Minghan Chen, Cícero Pedrosa e Vinicius Guido Santos — alegam que os acontecimentos foram consequência de um acidente, sem intenção de machucar. Eles afirmam que o advogado apenas tentou retirar a mulher do apartamento após o fim da relação e que a queda ocorreu por conta do piso molhado durante a limpeza.
"A defesa entregou às autoridades um vídeo que comprova a dinâmica dos fatos, reforçando a tese de acidente e descaracterizando qualquer cenário de agressão", diz o comunicado. Os advogados também afirmam que não reconhecem as demais acusações de agressão feitas pela mulher à polícia.
A investigação segue em curso, com a Justiça acompanhando os desdobramentos e analisando as provas apresentadas pelas partes.