Mulher foge de cárcere privado e busca ajuda na Delegacia de Mulheres em Belo Horizonte

Ela passou quatro dias presa, sofrendo abusos físicos e ameaças.

Por Plox

16/05/2023 08h23 - Atualizado há cerca de 2 anos

Uma mulher de 42 anos, Crislene Maria Costa dos Santos, relatou ter vivido momentos de terror durante uma viagem ao Espírito Santo, onde afirma ter sido mantida em cárcere privado pelo namorado de 44 anos. O casal havia iniciado o relacionamento há três meses através das redes sociais. Segundo Crislene, o namorado a prendeu em um quarto de uma casa de veraneio após suspeitar que ela havia postado uma foto sozinha na praia. Ela passou quatro dias presa, sofrendo abusos físicos e ameaças.

Foto: Arquivo pessoal

Pedido de ajuda pela internet e fuga

Durante o período em que esteve presa, Crislene tentou pedir apoio pela internet, mas não obteve auxílio. Com a ajuda de uma prima, ela arquitetou um plano para fugir: conversar e demonstrar carinho pelo agressor até que ele se acalmasse e destrancasse a porta do quarto. Crislene aproveitou o momento em que o namorado dormiu, fugiu com o carro dele e só parou de dirigir quando chegou à Delegacia de Mulheres no Barro Preto, em Belo Horizonte. Ela também levou o celular do namorado para mantê-lo incomunicável e entregou o aparelho à polícia.

Medo e comportamento agressivo

Crislene afirmou estar com medo, já que o agressor mora próximo à sua casa e diz ser parente de militares de alta patente, o que o protegeria de consequências. Durante o relacionamento, o homem já apresentava comportamento agressivo, tendo insultado e hostilizado Crislene na frente de amigos e parentes. "Ele bebia e fumava muito, então saía do controle", contou a vítima.

Ficha criminal e investigação

O suspeito possui extensa ficha criminal, incluindo lesão corporal, violência doméstica, ameaça e desacato. Em 2021, ele já havia sido preso em flagrante por violência doméstica. Vizinhos do homem, que preferiram não se identificar, relataram que ele frequentemente se envolve em problemas relacionados à violência contra a mulher.

A Polícia Civil informou que Crislene compareceu à Delegacia Especializada de Plantão de Atendimento à Mulher (Demid) e manifestou interesse em requerer medidas protetivas de urgência. Foi instaurado um procedimento investigativo para apurar os fatos, e a investigação segue em andamento.

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