Petrobras anuncia fim da paridade de preços e nova estratégia comercial
A mudança, segundo a Petrobras, permitirá maior flexibilidade na prática de preços competitivos
Por Plox
16/05/2023 08h20 - Atualizado há cerca de 2 anos
A Petrobras divulgou nesta terça-feira (16) o encerramento da paridade de preços do petróleo e seus derivados, como gasolina e diesel, em relação ao dólar e ao mercado internacional. Desde 2016, os preços no mercado interno seguiam as oscilações internacionais, sem qualquer intervenção governamental.
A estatal acabou com o mecanismo automático de acompanhamento das variações internacionais, como havia sido anunciado. "Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio", informou a empresa em comunicado.
A Petrobras apresentou sua nova "estratégia comercial", baseada em duas referências de mercado: "custo alternativo do cliente" e "valor marginal para a Petrobras". O primeiro contempla as principais alternativas de fornecimento e produtos substitutos, enquanto o segundo é baseado no custo de oportunidade, considerando a produção, importação e exportação do produto e/ou dos petróleos utilizados no refino.

A mudança, segundo a Petrobras, permitirá maior flexibilidade na prática de preços competitivos, aproveitando as melhores condições de produção e logística e competindo com outros agentes do mercado de combustíveis no Brasil.
Lucro de R$ 38 bilhões no primeiro trimestre
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia defendido a "abrasileirização" dos preços dos combustíveis, o que implica na criação de mecanismos para reduzir o impacto das oscilações internacionais do petróleo nas bombas dos postos. A Petrobras comunicou no último domingo (14) que analisaria o tema nesta semana.
Estabilidade versus volatilidade
Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, afirmou que o novo critério de definição de preços nas refinarias será "estabilidade versus volatilidade", visando evitar tanto a estagnação quanto a frequente atualização de preços. Prates destacou que a estatal continuará seguindo a referência internacional e mantendo a competitividade interna, sem perder vendas e mantendo preços atrativos para seus clientes.
O presidente também mencionou a produção brasileira dentro da composição de preços, citando a estrutura de escoamento, de transporte, a capacidade de refino e a fonte de petróleo do país. "Tudo isso faz parte de um modelo de preços empresarial que a Petrobras vai conversar melhor na semana que vem", concluiu Prates.