CPI das Apostas mira influenciadores e cantores em nova fase de investigações
Comissão no Senado amplia lista de convocados e busca esclarecer contratos milionários com plataformas não regulamentadas
Por Plox
16/05/2025 15h22 - Atualizado há 1 dia
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada no Senado para investigar a atuação das plataformas de apostas virtuais segue avançando nas apurações e ampliando a lista de pessoas convocadas para prestar depoimento. Na última semana, os influenciadores Virginia Fonseca e Rico Melquiades já foram ouvidos, mas pelo menos outros 17 nomes do meio artístico e digital ainda aguardam definição de data para comparecer.

Entre os novos convocados estão criadores de conteúdo e personalidades conhecidas do público, como Gkay, Jojo Todynho, Felipe Prior, Rodrigo Mussi, além do casal Viih Tube e Eliezer. Também integra a lista o humorista Tirulipa e Pamela Drudi, esposa de Fernandinho OIG — apontado como operador de uma plataforma popularmente conhecida como “jogo do tigrinho”.
Outros nomes visados pela Comissão são o influenciador Jon Vlogs, mencionado como criador da JonBet, e o empresário Kaká Diniz, responsável pelo agenciamento de influenciadores ligados ao setor de apostas e marido da cantora Simone Mendes.
A CPI também mira familiares de Deolane Bezerra, incluindo sua mãe, Solange Bezerra, e seu filho, Giliard Vidal dos Santos. A própria Deolane, que chegou a ter depoimento agendado, foi dispensada após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Sua advogada, Adelia Soares, também foi liberada pelo STF. Ambas foram presas em 2024, durante uma operação da Polícia Civil de Pernambuco, acusadas de envolvimento em lavagem de dinheiro por meio de contratos com casas de apostas.
Do meio musical, os cantores Wesley Safadão e Gusttavo Lima também foram convocados, embora ainda não tenham prestado esclarecimentos à Comissão. Já Felipe Neto foi incluído como convidado — ou seja, não tem obrigação legal de comparecer.
A principal intenção da CPI é desvendar os bastidores dos acordos firmados entre essas personalidades e empresas de apostas não regulamentadas pelo governo federal. Com milhões de seguidores nas redes sociais, esses influenciadores exercem grande poder de alcance e divulgação.
Instaurada em novembro de 2024, a CPI das Apostas tem prazo até 14 de junho para concluir os trabalhos. A expectativa é de que o relatório final recomende o indiciamento de alguns dos investigados por possíveis crimes relacionados à operação irregular dessas plataformas.