Cresce número de divórcios enquanto casamentos registram nova queda, revela IBGE

Levantamento mostra ainda que tempo médio até o divórcio caiu para 13,8 anos e que casamentos entre pessoas do mesmo sexo atingem recorde

Por Plox

16/05/2025 16h13 - Atualizado há 1 dia

Um retrato atualizado sobre os casamentos e divórcios no Brasil foi revelado pelo IBGE nesta sexta-feira (16), com dados das Estatísticas do Registro Civil de 2023. O levantamento aponta um cenário de queda no número de casamentos civis e aumento dos divórcios em comparação com o ano anterior.


Imagem Foto: Pixabay


Foram registrados 440,8 mil divórcios em primeira instância ou formalizados por escritura extrajudicial no ano passado — um crescimento de 4,9% em relação aos 420 mil de 2022. Por outro lado, o total de casamentos civis caiu 3%, somando 940,8 mil registros em 2023. A exceção ficou por conta da Região Centro-Oeste, que teve alta de 0,8%. A maior queda ocorreu no Sudeste, com redução de 5,0%.



Além disso, o tempo médio entre a celebração do casamento e a separação legal também encurtou: passou de aproximadamente 16 anos em 2010 para 13,8 anos em 2023. Os homens se divorciam, em média, aos 44,3 anos, enquanto entre as mulheres a idade média é de 41,4 anos. A proporção de divórcios entre casais de sexos diferentes também chama atenção — para cada 100 casamentos, há 47,4 divórcios. Entre os tipos de divórcio, os judiciais de 1ª instância representaram 81,8% do total.



No universo dos casamentos, o estudo registrou avanço entre uniões de pessoas do mesmo sexo: o número subiu 1,6% em relação a 2022, totalizando 11,2 mil celebrações — o maior número desde que esse tipo de união foi autorizado pelo CNJ, em 2013. O crescimento foi puxado por casamentos entre mulheres, com aumento de 5,9%. Já entre os homens, houve uma queda de 4,9%.



Outro dado que chama atenção é o envelhecimento dos cônjuges nos casamentos entre pessoas de sexos diferentes. Em 2003, apenas 8,2% das mulheres que se casaram tinham 40 anos ou mais. Já em 2023, esse percentual saltou para 25,1%. Entre os homens, o avanço foi ainda maior: de 13,0% para 31,3% no mesmo intervalo.


Klívia Brayner, gerente de Estatísticas do Registro Civil do IBGE, atribui esse fenômeno a fatores como o aumento da expectativa de vida, o adiamento da decisão pelo casamento e o crescimento dos recasamentos. Ela destaca também que a pesquisa não contabiliza uniões estáveis, que podem estar substituindo o casamento civil tradicional.


“É possível que o número de casamentos esteja diminuindo porque muitas pessoas estão optando por uniões estáveis. Isso significa que, apesar da queda nos registros civis, as uniões afetivas continuam acontecendo, mas de outras formas”, explicou Klívia.


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